Governo Trump está avaliando opções para tirar Maduro do poder, diz secretário de Estado dos EUA. Washington pretende fazer o presidente sair 'por vontade própria' ou os EUA irão 'devolver os processos de governo à sua ordem constitucional' na Venezuela
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, afirmou nesta quarta-feira (02/08) que seu país “está avaliando as opções” que levem à saída de Nicolás Maduro da Presidência da Venezuela.
“Estamos avaliando todas as nossas opções de políticas para criar uma mudança de condições [na Venezuela], seja levando Maduro a concluir que não tem futuro e fazendo com que ele saia por vontade própria, ou nós podemos devolver os processos de governo à sua ordem constitucional“, afirmou Tillerson à imprensa.
O secretário de Estado disse também que os EUA tentaram “se aproximar” da Venezuela por meio de organismos como a OEA (Organização dos Estados Americanos). “O que queremos ver na Venezuela é o retorno a sua Constituição, a realização de eleições e que o povo venezuelano tenha voz em um governo que mereça”, disse.
Washington não reconhece a eleição realizada no último domingo (30/07) para a Assembleia Constituinte, na qual votaram mais de 8 milhões de venezuelanos, segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Tillerson disse que o pleito “aconteceu como esperávamos” e que os EUA estão “muito preocupados” com a possibilidade de novos episódios de violência no país.
O embaixador da Venezuela na OEA, Samuel Moncada, repercutiu, em seu Twitter, o comentário de Tillerson. Segundo ele, o secretário de Estado dos EUA “trabalha para derrubar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro“: “CIA contra Venezuela: Secretário Tillerson impunemente trabalha para derrubar o presidente Maduro. Coalizão do mal arremete contra a democracia”.
O diplomata e ex-chanceler venezuelano classificou esta como “a mais descarada das ameaças dos EUA contra a Venezuela desde 1902”, chamando de “loucura do império”. Moncada lembrou também que Tillerson era chefe da petroleira norte-americana Exxon Mobil Corporation e que “agora usa o império para assaltar o petróleo do povo”, afirmou.
Desde meados de julho o governo de Donald Trump vinha ameaçando o governo Maduro com sanções em uma tentativa de pressionar o presidente venezuelano a suspender a eleição para a Constituinte. No dia seguinte à eleição, Washington impôs sanções contra Maduro, acrescentando-o a uma lista de 29 funcionários ou ex-funcionários de governos chavistas sancionados pelos EUA.
A sanção significa que todos os ativos do presidente venezuelano sujeitos à jurisdição dos EUA estão congelados e que todos os norte-americanos estão proibidos de fazer qualquer transação com Maduro.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou em comunicado que “a eleição ilegítima de ontem [domingo] confirma que Maduro é um ditador que desconsidera a vontade do povo venezuelano”. “Ao sancionar Maduro, os EUA deixam clara nossa oposição às políticas deste regime e nosso apoio ao povo da Venezuela que busca devolver uma democracia plena e próspera a seu país”, acrescentou.
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