O PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do Brasil, ganhou um site na internet. A página exibe a cartilha do grupo, notícias, artigos e estatísticas sobre a organização criminosa
Josmar Jozino, Ponte Jornalismo
O PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior e mais temida facção criminosa do país, ganhou um site na internet.
A página, intitulada “PCC Primeiro Comando da Capital 1533”, exibe notícias, artigos e estatísticas sobre a organização criminosa.
O site divulga ainda o estatuto da facção e uma cartilha criada pelo grupo, contendo orientações de conduta para seus integrantes.
E também traz o “Dicionário PCC”, considerado pela organização como “uma ferramenta na condução e preparação de novos líderes”.
Até a conclusão deste texto, o endereço do site na internet era: www.aconteceuemitu.org.
A última publicação na página foi feita no dia 16 deste mês, sob o título “As arlequinas abandonadas do Primeiro Comando PCC”.
No texto não consta o nome do autor. Trata-se, no entanto, da história de uma pessoa que tem um sobrinho recolhido num presídio no bairro Aparecidinha, em Sorocaba, interior de São Paulo.
Essa pessoa leva a mulher de seu sobrinho para visitá-lo na prisão. O texto diz que em torno do presídio mulheres fazem filas para visitar o marido, pai, filho ou irmão presos.
E compara com o fato de que, nas penitenciárias femininas, as presas quase não têm visitas e são conhecidas como “arlequinas” ou “mulheres abandonadas” pela família.
Outro texto, publicado no dia 9/07, é intitulado “Quem são e o que fazem os disciplinas do PCC?”
O artigo afirma que os “os disciplinas são o braço forte da facção e estão nas ruas, nas bocas, nos presídios, em qualquer lugar onde as regras do Comando precisem ser respeitadas”.
Já o “Dicionário do PCC” parece mais um código de conduta a ser seguido pelos integrantes do grupo do que um livro com explicação do significado das palavras em ordem alfabética.
O dicionário explica, entre outros temas, o que é calúnia, “caguetagem”, fraqueza, traição, descumprimento da palavra, falta de transparência, mau exemplo, extorsão e até mesmo superfaturamento.
Os autores do “Dicionário do PCC” deixam bem claro que a principal facção criminosa do país não tolera, entre seus integrantes, o uso abusivo de drogas, a homossexualidade e a pederastia.
Quem comete essas práticas, segundo o dicionário, está sujeito a uma série de punições. Para os homossexuais e pederastas, a pena é a exclusão sem retorno dos quadros do PCC.
Os traidores são punidos com a morte. Sem perdão. E para os usuários abusivos de drogas, a punição é a suspensão por 90 dias.
Já os “talaricos”, aqueles que se relacionam com mulheres casadas, também são expulsos da facção e estão sujeitos a outras “sanções”.
Na página do PCC na internet, um aviso adverte que o “site, seus criadores e colaboradores não possuem nenhum vínculo com a facção criminosa”.
Leia também:
As diferenças entre o PCC e o CV e a ofensiva dos paulistas no Rio de Janeiro
Facções e falência do Sistema Carcerário
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.