Juíza dá carteirada e manda prender cidadão negro e pobre que estava "perambulando" em frente ao Fórum. Irritada, a magistrada ainda notificou a Defensoria Pública para que o vídeo que flagrou a ação tivesse a veiculação proibida
A juíza Yedda Christina Ching-san Filizzola, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, deu voz de prisão contra um cidadão na noite da última sexta-feira, dia 22.
O suposto crime praticado foi que o homem estava na calçada do prédio do Fórum, no Centro do Rio. Para a juíza, ele se encontrava em área de perímetro do Fórum, considerada área de segurança.
O homem, negro e pobre, é de Curitiba e queria ajuda financeira para comprar uma passagem de ida para São Paulo.
Com esse objetivo, foi ao prédio tentar apoio da Defensoria Pública. Desorientado, ficou perambulando pela calçada e acabou sendo preso.
A defensora pública Mariana Campos de Lima tentou interceder, em vão, contra a prisão e gravou a cena. Insensível, a juíza ainda notificou a Defensoria, proibindo a publicação do vídeo.
Inversão de valores
Ao criticarem a atitude da magistrada, internautas destacaram a inversão de valores inerente ao sistema jurídico brasileiro, que, ao invés de assistir os mais necessitados, costuma desampará-los.
“O perímetro do Fórum é mais importante e respeitado do que um ser humano. Isto representa a decadência do judiciário”, criticou Jorge Santos.
“24hs detido por estar nas proximidades do Fórum. Enquanto os que estão lá dentro, que supostamente deveriam nos defender, estão rindo da nossa cara. Realidade brasileira nua e crua”, desabafou Américo.
“Esse Judiciário tá precisando de injeção de Humildade. Há pessoas tão convencidas que se acham acima dos outros. Até cruzarem com alguém especialmente destinado a lhe dar uma lição”, publicou outro internauta.
VÍDEO:
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