Em dia de mais um título Honoris Causa, na Universidade Federal do Piauí, ex-presidente Lula chega ao Maranhão, final da caravana
A caravana Lula pelo Brasil terá nesta terça-feira (5) seu último compromisso oficial, com manifestação programada para as 17h na Praça Pedro II, no centro cívico de São Luís do Maranhão, onde fica a sede do governo do estado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido na tarde desta segunda-feira pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e deve cumprir agendas reservada, depois de um ritmo intenso.
Pela manhã, recebeu mais um título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). “É uma grande honra receber esse título neste estado. Tenho um carinho especial pelo Piauí, porque foi o estado que mais sofreu com preconceito e injustiça da história do Brasil. Por muito tempo, foi renegado pelas elites que governavam e foi por isso que, quando assumi, eu comecei por ele justamente para mudar esse cenário. Implantamos o Fome Zero na cidade de Guaribas”, lembrou.
Segundo Lula, o país só conhecia o Piauí como estado de extrema pobreza. “Tudo o que esse povo precisava era de respeito e apoio. Eu tenho um motivo especial para me orgulhar deste título, porque vem do estado com a melhor escola pública”, disse, referindo-se ao fato de o Piauí contemplar acesso a todos os níveis de ensino em todos os municípios e de oferecer a melhor remuneração do país ao professorado da rede estadual.
A caravana teve início em 17 de agosto em Salvador, passou por Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Neste domingo, Lula participou de manifestação no município de Altos, 35 anos depois de ter visitado a cidade da Grande Teresina. Em seguida, foi recebido em ato que lotou o centro de convenções Theresina Hall. Depois passou pelo município maranhense de Timon – integrante da região metropolitana de Teresina, da qual está separada apenas por 6 quilômetros e pelo Rio Parnaíba. Ali recebeu título de cidadão e participou de ato com forte presença de jovens e do movimento estudantil, antes de retornar à capital piauiense.
Ainda com futuro incerto em relação a 2018, Lula tem priorizado em sua peregrinação atuar com antídoto à negação da política que vem sendo promovida pelos meios de comunicação, da qual só têm se beneficiado os conservadores que “nos últimos 500 anos” sempre dominaram as decisões o país.
“Este país está precisando de vocês. Tem que ter representante da juventude vereador, deputado, senador, quero ver vocês na Presidência. Quero ver a juventude tomar o destino dessa nação”, disse. “Eu já tenho 71 anos, até poderia desanimar. Poderia ficar numa cadeira de balanço vendo a vida passar, já vocês não.”
O ex-presidente chamou os jovens a se envolver no debate público no Brasil, e para não desperdiçar o momento histórico. “Quando eu era jovem, a gente sabia que filho de pobre não podia fazer faculdade. Então a gente sonhava com ensino básico e curso técnico. Na cabeça da elite que governou esse país por 500 anos, pobre não nasceu para estudar. Nasceu para trabalhar. Mas nós mudamos a cara da universidade.”
Para Lula, o objetivo de interiorização do ensino público superior foi democratizar o acesso às oportunidades. “Daqui a pouco vamos mudar a cara dos consultórios médicos, de dentistas, escritórios de engenheiros. E nós não tiramos nada de ninguém”, ressaltou. “Nós começamos a mudar e é por isso que tem muita gente que não gosta da gente. Daqui a pouco vai ter gente da periferia no Ministério Público.”
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