Com Cortes na Educação o Brasil não Terá Tecnologia e nem Desenvolvimento
Wallison Ulisses Silva dos Santos*, Pragmatismo Político
Jamais irei esquecerei um evento que participei na Universidade onde me graduei em economia. O evento tinha como tema o desenvolvimento e ao final do primeiro dia perguntei ao palestrante qual a importância da educação para o tema em questão. A resposta foi decepcionante, pois o professor respondeu que o tema educação não fazia parte do estudo sobre desenvolvimento econômico.
Depois de alguns anos de estudo e como professor cheguei a conclusão que o economista que não entende a relação entre economia e desenvolvimento não pode sequer falar sobre esse tema. A educação não é importante apenas para gerar oportunidades para as pessoas e melhorar os indicadores sociais, pois a educação é a fonte de novas tecnologias e da competitividade das empresas e das economias nacionais.
A tecnologia nada mais é que o conhecimento concretizado e o que gera conhecimento é a educação, mas não qualquer educação, é necessária uma educação de qualidade com estimulo a pesquisa e projetos de extensão.
A competitividade empresarial que é um dos grandes gargalos da economia brasileira não melhorará com a reforma trabalhista, pois a competitividade está relacionada com a produtividade e esta significa fazer melhor com os recursos disponíveis. A educação de qualidade poderia gerar brasileiros profissionalmente mais eficientes e produtivos o que elevaria a competitividade da nossa economia.
O Brasil nunca experimentou uma educação de excelência, mas no contexto atual a educação parece estar cada vez mais preterida nos planos governamentais. As universidades federais que são as fontes de pesquisas e inovações em quase todas as áreas de conhecimento estão sofrendo com cortes no orçamento e começam a ter suas pesquisas interrompidas e em casos mais extremos as aulas já estão sendo prejudicadas.
Com uma educação precária o Brasil ficará por mais algumas décadas como comprador de tecnologias e com uma economia pouco competitiva, os mais pobres terão menos chances de conquistar um futuro melhor por meio dos estudos e o desenvolvimento no país estará presente apenas em livros de economia e sociologia. Precisamos repensar as prioridades de nossa nação e entendermos que todas as grandes nações desenvolvidas possuem uma educação melhor que a brasileira.
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Se eu pudesse responder a minha própria pergunta quando aluno de economia diria que a educação não apenas faz parte dos estudos sobre desenvolvimento, mas é a fonte e nascente deste fenômeno.
*Wallison Ulisses Silva dos Santos é economista e mestre em economia pela UFMT, especializando-se em Direito Trabalhista pela UNOPAR, professor de economia no Instituto Cuiabano de Educação (ICE), assessor econômico da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de Mato Grosso (AGENCIAUTO MT), membro da Associação Sustentabilidade para Todos MT e colabora para Pragmatismo Político