“E o resguardo, mocinha? [...] Só pode badalar depois de 40 dias. Cadê o neném?”. Após ser criticada por deixar a filha com o pai para participar de um evento, atriz resolveu rebater as reações negativas com um texto sobre o julgamento materno
Depois de conseguir alcançar o tão almejado parto natural da forma que desejava, a atriz Juliana Alves já sente na pele o que é vivenciar a maternidade em uma sociedade que ainda responsabiliza unicamente a mulher pelos cuidados com a criança.
Mãe da pequena Yolanda, que nasceu no final de setembro, Juliana compartilhou em sua página pessoal sua opinião sobre os julgamentos que sofreu por deixar a filha com o pai para participar de um evento.
Rainha de bateria da escola de samba Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro, a atriz foi convocada para participar da escolha do samba-enredo do Carnaval 2018. Ao publicar uma foto no local o Instagram, ela foi surpreendida pelos comentários ofensivos.
“E o resguardo mocinha? Só pode badalar depois de 40 dias para ter saúde para o resto da vida”, escreveu um seguidor. “e o neném, cadê?”, especulou outro.
Consciente de seu papel social como personalidade pública, a atriz resolveu rebater as reações negativas com um texto sobre o julgamento materno, no qual explica que a pequena ficou sob os cuidados do pai.
“Eu e meu marido optamos por não ter babá, principalmente nesta fase inicial de vida da nossa filha. Queremos curtir cada momento e fortalecer nossos vínculos. Ontem, fizemos um esquema para que eu pudesse estar durante aproximadamente 30 minutos em um evento importante da minha escola de samba. Amamentei e, no caminho, com o balanço do carro, como imaginávamos, ela dormiu. Ficou com o pai, em local silencioso e muito próximo. E eu sempre conferindo o celular, apreensiva (confesso) porque é tudo muito novo pra mim. Mas em nenhum momento ela sentiu minha falta”, desabafou.
No texto, Juliana ressalta também a urgência de as pessoas respeitarem e acolherem as escolhas individuais de cada família, e aponta para a falta de informação que muitas vezes motiva uma opinião preconceituosa.
“Como as pessoas se incomodam com a vida das outras… Como falam sem saber… O que para alguns é futilidade, farra, para mim é cultura e amor às raízes”, afirmou a atriz, que valoriza o privilégio de ter uma rede de apoio que lhe dá suporte.
“Se eu tenho um marido, família e amigos maravilhosos, tenho mais é que agradecer! Eu estou me sentindo bem e minha filha está muito bem. Ela mama na hora que quer porque eu não saio de perto dela. Mas como tantas mulheres nesta fase da bebê, eu tb lavo louça, leio, tomo banho… enquanto ela dorme”.
Catraca Livre
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