Estacionado nas pesquisas e longe de São Paulo, prefeito João Doria (PSDB) deve pedir de volta o dinheiro da compra do MBL
Kiko Nogueira, DCM
Quanto Doria está pagando ao MBL para ter o apoio da milícia?
Logo saberemos a verdade, a julgar pela falta de noção e de vergonha de seus 769 “coordenadores”, os principais deles pilhados por um repórter da Piauí em conversas republicanas no WhatsApp.
“Com ou sem PSDB. A aliança que pode lhe eleger [Doria] está no PMDB, DEM, evangélicos, agro e MBL. Nosso trabalho será o de unir essa turma em um projeto comum”, escreve Renan Santos, fundador do grupo, cuja família acumula 125 processos na Justiça.
Na parte mais visível do negócio, João Doria usou dinheiro público.
Dois membros do Movimento Brasil Livre, Cauê Del Valle e Eric Balbino, ganharam cargos na prefeitura. Balbino, ou “Balbinus”, é dono de um blog difamatório alimentado no horário do expediente na regional Sé.
Doria assimilou o fascismo moleque da turma e encarna um sessentão destemperado de camisa polo apertada. Xinga Lula de bandido, safado, ladrão etc. Dilma de anta. Agride jornalistas acusando-os de “petistas”. Se declara a favor da censura no MAM e no Santander.
Com a aliança, virou um cavalo de Tróia no PSDB. Segundo a Piauí, “o partido é tratado como um território a ser pilhado pelo MBL”. Serra é “vagabundo”. Alckmin não vale nada. Aécio “dispensa comentários” e “deve ser encarcerado”.
A compra do MBL se mostrou um mau negócio. Em todas as últimas pesquisas, sem exceção, JD tem um desempenho medíocre. No Datafolha mais recente, aparece com 8% no cenário com Lula. Sem, vai a 10%. Número igual ao do ex-mentor.
Não decolou. Doria quer ser presidente sem ser minimamente prefeito. Quer virar uma coisa sem terminar de ser outra. É a metamorfose ambulante ao contrário.
O Estadão desta quarta, dia 4, divulga números tenebrosos para a imagem do “gestor”. Oito de nove serviços de zeladoria, que ele vendia como o brinco de ouro da princesa, sua expertise, tiveram queda entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período em 2016.
“O pior desempenho foi na extensão de guias e sarjetas, com queda de 55,8% — foram 63,2 mil metros de ampliação em 2017, ante 143,1 mil no ano passado”, relata a reportagem.
A “Cidade Linda” é uma fraude. Uma área com aparelhos de ginástica no Tucuruvi, onde se vê uma lixeira com o logotipo do programa, tem calçadas quebras e mato alto. Nem a pichação, que ele vendeu como o equivalente à bomba atômica, foi atacada. Foram 77 áreas limpas contra 102 no ano passado.
A situação se repete na Zona Leste, no Tremembé, no Sapopemba e por aí afora. Um desastre movido a marketing, botox, gomalina e robôs no Facebook.
Doria não governa a cidade, mas acha que o indigente do “Mamãe Falei” vai elegê-lo presidente com o YouTube.
Em algum lugar do Morumbi, o velho Geraldo está rindo.
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