Senado Federal

URGENTE. Por 50 votos a 21, Senado adia decisão sobre Aécio; confira cada voto

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Com polêmicas e bate-boca, Senado Federal adia votação sobre afastamento de Aécio Neves do mandato. Foram 50 votos favoráveis ao adiamento e 21 contrários. Confira como votou cada parlamentar

(Imagem: Agência Senado)

O Senado recuou nesta terça-feira e adiou a votação do requerimento que poderia derrubar a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato parlamentar.

Com um quórum de cerca de 90%, os senadores estavam decididos a salvar o tucano, mas de última hora a maioria decidiu adiar a decisão.

Depois de o ministro do STF Edson Fachin negar a suspensão do afastamento de Aécio, na tarde desta terça, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) apresentou um requerimento pedindo que a votação no plenário da Casa, prevista para hoje, fosse adiada ao dia 17 de outubro.

Na votação da proposta de Valadares, 50 senadores concordaram com o adiamento e 21 se posicionaram contra a mudança na data da decisão.

A Mesa Diretora do Senado, comandada pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), apoiou o adiamento. Os únicos partidos que orientaram voto contrário a adiar a decisão foram o PSDB, de Aécio Neves, o PRB e o PTC.

Os líderes de PMDB e PT, partidos com as maiores bancadas no Senado, orientaram votos favoráveis ao requerimento de Valadares. Com divergências internas, PP e PSD liberaram os senadores a votarem como bem entendessem.

Ao adiar a votação, o Senado decidiu aguardar a decisão do STF, prevista para o dia 11 de outubro. Além de afastar Aécio Neves do mandato, a Primeira Turma do Supremo determinou a ele o recolhimento noturno e o impedimento de deixar o país, o que foi considerado por aliados do senador mineiro como um tipo de prisão, que necessitaria de autorização da Casa.

Bate-boca

Em meio às discussões nas bancadas sobre adiar ou não a votação sobre o afastamento de Aécio, o líder do PMDB, Raimundo Lira (PB), disse no início da tarde que tinha ouvido 21 dos 23 integrantes da bancada e que havia uma “maioria consistente” para aguardar o julgamento no STF.

O líder da minoria, Humberto Costa (PT-PE), logo em seguida, afirmou que a bancada petista também era favorável ao adiamento.

Alvos de inquéritos no Supremo, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Fernando Collor (PTC-AL) defenderam durante a sessão que a votação ocorresse ainda nesta terça.

“O STF não é maior do que o Senado. Temos a legitimidade do voto popular, obedecemos a Constituição e não aceitamos de forma alguma que a Constituição seja reinterpretada para diminuir o Senado”, esbravejou Jader Barbalho.

Na sequência, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Congresso Nacional e ex-líder do PMDB, afirmou: “Desfazer essa votação significa dissolver o Senado”.

Em plenário, o líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), criticou a tentativa de adiar a votação: “Não é possível que, nesta Casa, ninguém mais queira cumprir o que a Constituição diz. Em algum lugar do país, essa Constituição tem que ser respeitada”.

Em meio à discussão sobre adiar ou não a votação no plenário, o líder do PPS, Cristovam Buarque (PPS-DF), declarou:
“Esta Casa não é menor que o Supremo, mas o Supremo não é menor que esta Casa. Nós fazemos a lei. Mas o Supremo interpreta a lei”.

Veja abaixo como votou cada senador:

Votos “sim” (pelo adiamento)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Alvaro Dias (Pode-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Cidinho Santos (PR-MT)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dário Berger (PMDB-SC)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Coelho (PMDB-PE)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Hélio José (PMDB-DF)
Humberto Costa (PT-PE)
Ivo Cassol (PP-RO)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (Pode-MT)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marta suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (Sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Muniz (PP-BA)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Teber (PMDB-MS)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)

Votos “não” (contra o adiamento)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalírio Beber (PSDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino Maia (DEM-RN)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PSD-RS)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Rocha (sem partido-MA)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Zeze Perrella (PMDB-MG)

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