Entenda como seu corpo sabe a diferença entre 100 calorias de couve e 100 calorias de junk food ("comida lixo", em tradução livre)
Carly Ledbetter, Huffington
Nem todas as calorias são criadas iguais.
Seu corpo processa calorias de certos alimentos de forma diferente, se a comida (e seus ingredientes) forem ricos ou pobres em nutrientes. Kelly Hogan, nutricionista clínica e gerente de bem-estar do Centro de Câncer de Mama Dubin, do hospital Mount Sinai, ajuda a explicar por que certos alimentos, tais como a couve, são processados de maneira diferente pelo nosso organismo, em comparação com um cereal de café da manhã cheio de açúcar. Ela diz que é importante observar a densidade de nutriente dos alimentos.
“Uma tigela [de 100 calorias] de couve com um ovo fornece proteínas de alta qualidade, fibras e uma grande variedade de vitaminas e minerais, como vitamina A, C, K, folato, etc“, afirma Hogan. “Uma tigela [de 100 calorias] de cereal com alto teor de açúcar não fornece nutrientes da mesma qualidade. Além disso, o fato de ter poucas proteínas e fibras, mas muito açúcar, pode causar um pico seguido de queda no nível de açúcar do sangue, o que gera ainda mais vontade de comer doces ou amidos refinados ao longo do dia.”
Ela acrescenta: “É fácil passar da conta com esses alimentos por causa dessas flutuações no nível de açúcar do sangue e do fato de que eles não satisfazem a fome“.
Você sabe que o nível de açúcar do sangue está caindo quando sente irritabilidade, tontura, fraqueza ou fome intensa, diz Hogan.
“Quando estamos com fome e ficamos nervosos, o nível de açúcar do sangue está baixo e precisamos comer algo. É difícil se concentrar e é mais fácil perder a calma com os outros“, afirma ela. “O corpo pede fisiologicamente algo doce ou com amidos porque esse tipo de comida eleva o nível de açúcar rapidamente.”
Para evitar esse tipo de sensação, procure comidas ricas em nutrientes, como frutas, vegetais, proteínas magras, legumes, nozes, sementes e derivados de leite. (Os Centros para Controle de Doenças, do governo americano, tem um gráfico que esclarece quais os alimentos mais recomendados.) Hogan gosta de chamar esses alimentos de “completos“, mas você pode conhecê-los por outro nome: “carboidratos complexos“.
“Carboidratos complexos são carboidratos que o corpo leva mais tempo para transformar em açúcar, porque eles têm estruturas químicas mais longas e mais complexas em comparação com o açúcar“, diz Hogan. “Por isso, eles são uma fonte de energia mais sustentável e não elevarão o açúcar no sangue tão rápido quanto os açúcares mais simples.”
E não rotule alimentos como “bons” ou “ruins“.
“Rotular alimentos dessa maneira resulta numa cultura de dieta e numa relação prejudicial com a comida“, disse Hogan. “Em uma dieta com abundância desses alimentos completos, há espaço para alimentos com menor densidade nutricional, mas também deliciosos, como um bolo, por exemplo.”
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook