De maneira covarde, latifundiários jogam agrotóxicos nas aldeias para atacar indígenas. Estudo levantou todos os casos registrados de indígenas que sofreram intoxicação por esses produtos e o resultado é assustador
Um estudo realizado pela pesquisadora de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo, Larissa Mies Bombardi, chamado de Atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Européia”, aponta os casos de intoxicação da população indígena do País com os chamados agrotóxicos.
Os agrotóxicos são produtos utilizados pela agricultura para controlar pragas e doenças das lavouras, e muitos são altamente tóxicos, causando câncer e problemas no sistema nervoso. No estudo a pesquisadora levantou todos os casos registrados de indígenas que sofreram intoxicação por esses produtos e o resultado é assustador.
Os Estados de Santa Catarina, com 27 registros, seguido do Paraná, com 17, Mato Grosso do Sul, com 12, Minas Gerais (7), Espírito Santo (4) e Bahia (1). O que chama a atenção que é os Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, são estados onde existem grandes conflitos de terras entre latifundiários e indígenas que lutam pela demarcação de suas terras. E não é por coincidência que isso ocorre. Assim como casos de atropelamentos em estradas em indígenas no Mato Grosso do Sul é uma prática recorrente e reconhecida de violência contra os indígenas realizada pelos latifundiários, o uso de agrotóxicos também pode ser considerado a mesma situação. É uma prática corriqueira dos latifundiários conforme denuncias do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e do Ministério Público há anos.
São casos em que os latifundiários jogam venenos de avião, com tratores e nos rios utilizados pela comunidade indígena. O descaramento dos latifundiários é tanto que realizam essas ações durante o dia, mas muitos latifundiários agem de maneira sorrateira e atacam as aldeias no período noturno. Fato que leva aos indígenas a sofrerem as conseqüências e não suspeitarem dos motivos.
A pesquisa revelou que a maior parte dos casos ocorrem em crianças e jovens, segundo os dados de Larissa Bombardi, houveram 343 notificações de contaminação por agrotóxico em crianças e jovens indígenas em Mato Grosso do Sul, sendo de 20 a 25% dos casos analisados.
Esses casos tem que ser amplamente divulgados e denunciados por todas as organizações sindicais e partidárias. Os latifundiários estão atacando os indígenas pois estão se sentindo a vontade devido a carta branca do governo golpista e das arbitrariedades do judiciário.
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