Após vexame, Bolsonaro flerta com professor de Economia para lhe dar aulas
Depois de passar vergonha na entrevista com Mariana Godoy, Jair Bolsonaro flerta com professor para lhe dar aulas de economia básica. Novo conselheiro foi contratado e demitido do MEC no mesmo dia
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que já posa como pré-candidato à Presidência da República, contratou o professor Adolfo Saschida, pesquisador do Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (IPEA), para lhe dar aulas de economia básica, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Na semana passada, em entrevista à jornalista Mariana Godoy na RedeTV, o presidenciável mostrou que o seu conhecimento em economia deixa a desejar.
Ao ser questionado por um espectador sobre o tripé macroeconômico (meta fiscal, câmbio flutuante e controle de inflação), o deputado afirmou: “Quem vai falar de economia por mim é minha equipe econômica no futuro”.
“O que o pessoal exige de mim de entendimento em economia, então teria que exigir o conhecimento em medicina: eu vou indicar o ministro da Saúde. Tem que ter um entendimento em questão de Forças Armadas: vou indicar o ministro da Defesa. O entendimento na questão da agropecuária: vou indicar o ministro da Agricultura. Então é um exagero nessa parte aí”, completou.
Em seu perfil no Facebook, o pesquisador do Ipea, que é filiado ao DEM, negou ter sido contratado pelo deputado. Saschida, no entanto, admitiu que tem conversado com Bolsonaro.
“Eu tenho conversado com o Deputado Bolsonaro e trocamos muitas ideias sobre economia. Nessas conversas o Deputado expõe suas ideias e ouve as minhas. Em geral concordamos muito sobre a importância de um governo liberal na área econômica, um governo nos moldes de Ronald Reagan e Margareth Thatcher”, escreveu o professor.
Demitido em menos de 24 horas
No ano passado, Saschida foi nomeado e demitido do Ministério da Educação (MEC) em menos de 24 horas. Em 11 julho de 2016, o pesquisador foi nomeado para exercer o cargo de assessor especial do ministro da Educação, Mendonça Filho, mas não permaneceu sequer um dia no cargo.
O motivo oficial é que Sachsida apoia publicamente a Escola Sem Partido e Mendonça Filho se opôs aos projetos de lei inspirados no grupo.