Polícia prende envolvidos no assassinato da jovem que combinou carona no WhatsApp. Em última troca de mensagens, Kelly Cadamuro recebeu um alerta do namorado
Três homens foram presos nesta sexta-feira (3) por envolvimento na morte da jovem Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, que estava desaparecida desde quarta-feira (1).
Ela foi encontrada morta dentro de um córrego entre as cidades de Frutal e Itapagibe, em Minas Gerais. Segundo a polícia, o crime teria acontecido após a jovem programar uma viagem com carona via aplicativo WhatsApp.
Conforme a polícia, Jonathan Pereira do Prado confessou ter entrado no grupo de caronas com a intenção de roubar a jovem. Ele estava foragido de uma unidade prisional desde março deste ano.
Os outros dois presos, Wander Luis Cunha e Daniel Teodoro da Silva, são suspeitos pelo crime de receptação: o primeiro teria ficado com as calotas do carro, enquanto o segundo comprou o celular e outros objetos.
Os três foram presos durante a madrugada, em bairros distintos de São José do Rio Preto (SP), e já tinham passagens por roubos. Eles foram levados para a delegacia da Polícia Civil em Frutal, onde seguem as investigações.
Últimas mensagens
Kelly conversou com o namorado horas antes de desaparecer. A jovem, que inicialmente daria carona a um casal, relatou por mensagem enviada pelo aplicativo de bate-papo que apenas o rapaz decidiu viajar.
O engenheiro civil Marcos Antônio da Silva, de 28 anos, namorado de Kelly, chegou a demonstrar preocupação com a viagem: “Cuidado”, escreveu horas antes do desaparecimento.
Marcos relatou que, durante as últimas trocas de mensagens entre o casal por WhatsApp, na noite de quarta, a jovem escreveu, por volta de 18h35, que estava iniciando a viagem e que uma menina havia desistido da carona.
Já às 19h23, ela voltou a enviar notícias, comunicando que estava abastecendo o veículo. A última vez que Kelly acessou o aplicativo foi às 19h24.
“Ela era acostumada a viajar e compartilhar carona e, geralmente, me mandava foto de quem era a pessoa que iria acompanhá-la. Dessa vez, como foi uma moça que ligou para ela combinando por telefone, não tinha imagens. Na ligação, ela me contou que iria esta moça e o namorado dela, mas, na hora de embarcar, só o rapaz apareceu. Eu sempre ficava preocupado com ela e mandei mensagem pedindo para ela tomar cuidado. Às 20h23, voltei a procurá-la e ela não apareceu mais”, contou o engenheiro civil.
“Assim que percebi que ela estava demorando muito eu comecei a procurá-la e como não achei acionei a polícia. Durante as buscas em uma mata perto da MG-255, eu achei a calça dela, que estava do avesso, bem suja e um pouco molhada. Depois disso, os militares encontraram o corpo”, disse Marcos.
O casal namorava há cerca de dois anos e iria se encontrar para comemorar o aniversário da mãe de Marcos no rancho da família em Itapagipe.
“A Kelly era tudo de bom. Uma menina meiga, brincalhona, companheira e sensível. Aquela pessoa alegre, que gostava de se vestir bem. Ela era batalhadora, estava fazendo estágio e trabalhava como atendente em uma loja de conserto de óculos. Sempre responsável, ela corria sempre atrás dos seus sonhos”, declarou o namorado.
O assassinato
Kelly estava desaparecida deste quarta-feira quando, segundo contou a família à polícia, havia deixado a cidade de São José do Rio Preto, onde residia, para viajar até a cidade de Itapagibe, em Minas Gerais, para visitar o namorado.
A jovem fazia parte de um grupo de carona e tinha combinado de levar um casal até a cidade mineira. Na hora da viagem, a mulher desistiu e foi apenas o homem que não era conhecido de Kelly.
Câmeras do circuito de segurança de um pedágio do estado de Minas Gerais mostram a jovem ao volante. Já em outro registro, o homem estava dirigindo o carro. A polícia ainda não confirmou se houve violência sexual.
O corpo da vítima já foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para exames.
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