A busca pelo submarino argentino desaparecido na semana passada na Costa da Patagônia com 44 tripulantes adquiriu proporções inéditas. Relembre outros casos de resgates de tripulações submersas que comoveram o mundo
A busca pelo submarino ARA San Juan, desaparecido na semana passada na Costa da Patagônia com 44 tripulantes, adquiriu proporções inéditas. A operação tem a participação de 12 países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, França, Alemanha, Noruega, Itália e vizinhos do continente como Brasil, Chile, Peru e Uruguai.
Atualmente, mais de quatro mil pessoas estão envolvidas no resgate. Embarcações como essa são construídas com estruturas quase indestrutíveis, mas, ainda assim, protagonizaram alguns episódios trágicos e bem-sucedidos ao longo dos anos. De americanos a russos, relembre alguns dos resgates de tripulações submersas.
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Squalus (1933)
Em 23 de maio de 1939, o Squalus, um submarino americano que executava tarefas de patrulha, afundou quando estava próximo da costa de New Hampshire. O acidente foi causado por uma válvula aberta por falha mecânica. Enquanto o navio estava submerso, a água entrou em alguns compartimentos e causou a morte de 26 integrantes da tripulação de 59 pessoas.
Os sobreviventes conseguiram lançar uma boia e mensageiros de fumaça na esperança de que alguém prestasse socorro. Após cinco horas, o Sculpin, uma embarcação construída nos mesmos moldes do Squalus, chegou ao lugar do acidente. Logo depois, alguns navios de resgate também chegaram para prestar socorro. Um sino marítimo foi usado para retirar os sobreviventes. O submarino ainda foi reparado e utilizado anos depois durante a Segunda Guerra Mundial.
Pacocha SS-48 (1988)
Renomeado pela marinha peruana como Pacocha, o submarino USS Atule colidiu com o navio de pesca japonês Kiowa Marú, próximo ao porto de Calla, em 26 de agosto de 1988. O acidente abriu uma fissura de mais de dois metros na embarcação, que logo afundou no mar.
A tripulação fechou as escotilhas e as portas estanques, suportando com os braços a pressão da água e, assim, conseguiram isolar os compartimentos inundados. Enquanto o Pacocha chegava aos 50 metros de profundidade, as baterias ficaram molhadas e começaram a emitir gases tóxicos.
Os marinheiros decidiram esvaziar o navio por conta própria e saíram pela escotilha lateral, suportando a alta pressão do mar. Dos 52 membros da equipe, 8 morreram durante o naufrágio. Em 23 de julho de 1989, a Marinha do Peru trouxe o Pacocha de volta a superfície, após um procedimento de injeção de ar no interior do navio.
Kursk (2000)
O submarino nuclear russo K-141 Kursk afundou com sua equipe de 118 pessoas em 14 de agosto de 2000, quando navegava nas águas do Mar de Barents, no Oceano Ártico, depois que ocorreram duas explosões no compartimento de armas.
A Marinha russa manteve a tragédia em segredo com a intenção de não revelar o material de guerra nuclear que o Kursk portava. A tripulação ficou a 110 metros de profundidade por mais de duas semanas, quando, a pressão pública e dos familiares dos tripulantes levou o governo russo a aceitar ajuda externa para tentar resgatar os sobreviventes.
Depois de semanas de busca, foram resgatados os corpos de 115 ocupantes do submarino, exceto dos marinheiros Dimitri Kotkov e Ivan Nefedkov, e do técnico Mamed Gadzhiev. O submarino foi totalmente içado apenas em outubro de 2001, mais de um ano após a tragédia.
Priz AS-28 (2005)
Em 5 de agosto de 2005, o mini submarino de resgate russo Priz, com sete tripulantes a bordo, ficou preso a um cabo metálico em uma profundidade de 190 metros, próximo à península de Kamchatka, no Oceano Pacífico.
Sem as ferramentas tecnológicas necessária para realizar o resgate, o governo de Vladimir Putin aceitou a ajuda da Grã-Bretanha para salvar a tripulação. Foi disponibilizado para a operação o Scorpion 45, um veículo submarino remoto que tinha tarefa de cortar o cabo preso nas hélices do Priz. O resgate bem-sucedido conseguiu trazer a embarcação de volta a superfície. Todos os tripulantes sobreviveram.
Agência Globo
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