África

10 civilizações africanas esquecidas que foram mais surpreendentes que a egípcia

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A África é o berço da humanidade. Foi lá que evoluiu o homem moderno, que depois se espalhou pelo globo. No entanto, algumas civilizações cheias de riqueza e cultura são pouco conhecidas para a maioria de nós

Natasha Romanzoti, Hypescience

A África é o berço da humanidade. Foi lá que evoluiu o homem moderno, que depois se espalhou pelo globo.

Centenas de pequenos reinos surgiram ao longo da história do continente, com alguns eventualmente se transformando em impérios poderosos. Estas vastas civilizações africanas cheias de riqueza e cultura são pouco conhecidas para a maioria de nós. Está na hora de mudar isso:

1. Civilização cartaginesa

Um assentamento fenício, a antiga cidade-estado de Cartago ficava localizada na atual Tunísia e cobria boa parte do Mediterrâneo. Sua colocação estratégica e abundância de comércio permitiram que fosse bastante rica.

A civilização cartaginesa era extremamente qualificada na elaboração de móveis, almofadas e colchões, e suas camas eram um luxo caro. Em um ponto da história, seus rivais romanos tentaram copiar seus designs sem sucesso.

Cartago também criou um intrincado sistema governamental, escreveu uma constituição e possuía uma extensa biblioteca. Infelizmente, a maioria de sua literatura foi destruída ou dada de presente aos reis da Numídia. Apenas um livro ainda existe – um manual sobre a técnica agrícola, traduzida para o grego.

Eventualmente, Cartago foi queimada e saqueada pela expansão do Império Romano. No entanto, a cidade-estado deixou uma marca indelével como um império comercial rico e uma força poderosa na África.

2. Império Zulu

A ascensão do Império Zulu não teria acontecido sem uma pulada de cerca. O início do reino foi estimulado por Shaka Zulu, filho ilegítimo do chefe Senzanganoka. Após ter evitado várias tentativas de assassinato e disputas familiares sangrentas, Shaka se tornou chefe dos Zulus.

Usando suas inovadoras táticas militares, Shaka deixou o império rico e famoso, além de torná-lo uma das civilizações africanas mais temidas durante o período colonial. Ele treinou seus guerreiros tão bem que acabou derrotando a invasão britânica.

Depois de um período de poder e violência, por volta de 1900, os Zulus foram absorvidos pela Colônia do Cabo. Hoje, partes do império formam o país moderno da África do Sul.

3. Reino de Punt

Provavelmente localizado na atual Somália, o Reino de Punt foi considerado a “Atlantis” da África. Ao contrário da maioria das civilizações africanas, as pessoas desta “terra dos deuses” eram descritas como tendo tez vermelha escura e cabelos longos, e seus cidadãos viviam em cabanas de junco suspensas sobre palafitas acima da água.

O comércio entre Egito e Punt era comum, incluindo a primeira troca documentada de flora, quando a rainha Hatshepsut negociou árvores durante sua famosa expedição a Punt. Vários tipos de produtos eram trocados com Punt, de incenso a marfim a anões.

Embora a localização exata de Punt ainda seja debatida, o reino foi descrito como sendo exuberante e verde. Marinheiros supostamente podiam alcançá-lo viajando através do Mar Vermelho ou navegando o Nilo em pequenos barcos à vela.

Muitas pessoas acreditam que Punt tinha uma enorme influência sobre a cultura egípcia, da literatura à religião. Apesar disso, alguns historiadores questionam se Punt sequer existiu.

4. Império Songai

O Império Songai ocupava milhares de quilômetros em grande parte da África Ocidental. Com duração de quase 800 anos, foi considerado um dos maiores impérios do mundo nos séculos 15 a 16.

Tal como acontecia com outras civilizações africanas, Songai derivava a maior parte de sua riqueza a partir da negociação com outros povos, assegurada por seu exército de 200.000 pessoas posicionadas ao longo de suas províncias.

Milhares de culturas estavam sob seu controle, mantidas juntas pela burocracia de um governo centralizado. Uma nova moeda também foi criada, o que permitiu que as diversas culturas se misturassem e unissem.

O tamanho deste império foi sua queda, com o seu enorme território se provando muito difícil de controlar. Songai passou por uma guerra civil e, lá pelo final do século 16, o império outrora poderoso se fraturou em pequenos reinos.

5. Reino de Cuche

Relativamente desconhecido fora da África, o Reino de Cuche ficava localizado no atual Sudão. Esta civilização era muito semelhante ao Egito e governava como os faraós. Eles também mumificavam seus mortos, construíram pirâmides como cemitérios e adoravam vários deuses.

No entanto, havia várias diferenças importantes entre as duas culturas. Ferro havia se tornado um grande recurso para os cuches, enquanto os egípcios ainda estavam descobrindo as maravilhas deste metal. As mulheres também desempenhavam um papel muito maior na sociedade Cuche – rainhas muitas vezes sucediam os reis. Na verdade, uma das maiores pirâmides do reino foi construído para honrar uma governante mulher.

Cuche era famoso por seus arqueiros, muitas vezes representados nas obras de arte. Teoriza-se que o reino tenha enfraquecido após ser invadido pelo povo de Axum e, em seguida, tomado por uma nova sociedade chamada de Grupo-X ou cultura Ballana.

6. Cultura Nok

Os primeiros vestígios dessa misteriosa civilização foram descobertos em 1928 por um grupo de mineiros de estanho nigerianos. Conforme os arqueólogos descobriram fragmentos de cerâmica, pinturas e ferramentas, ficaram chocados ao perceber quão avançada esta cultura previamente desconhecida era.

Durante sua existência, de 900 aC até 200 dC, a cultura Nok criou um complexo sistema judicial séculos antes dos modernos serem inventados. Usando várias classes diferentes de tribunais, eles tratavam de assuntos como roubo, assassinato, adultério e disputas familiares.

O povo Nok também foi o primeiro fabricante de estátuas de terracota em tamanho real. Suas obras representavam pessoas com cabeças longas, olhos amendoados e lábios separados.

Os Nok também eram avançados no manuseio de metais, forjando pequenas facas, pontas de lança e braceletes.

No ano 200, a população diminuiu rapidamente, sem motivo aparente. Fome, dependência excessiva de recursos e mudanças climáticas foram propostas como explicações para seu desaparecimento.

7. Império do Mali

O Império do Mali foi uma grande civilização africana que prosperou entre os séculos 13 e 16. Fundado por um homem chamado Sundiata Keita (também conhecido como Rei Leão), o império estava localizado na região do atual Oeste Africano.

Enquanto o Rei Leão foi um governante impressionante, o império floresceu mais sob o comando de Mansa Musa, que detém o título de homem mais rico da história. Sua fortuna era estimada em gritantes US$ 400 bilhões, um montante que envergonha até Bill Gates.

Musa criou Timbuktu, a capital do Mali, e principal centro de educação e cultura da África, permitindo que estudiosos de todo o continente aprendessem ali.

Como Benin, Mali foi bem-sucedida no comércio devido à sua localização junto ao rio Níger. No entanto, foi saqueado por invasores do Marrocos em 1593. Isso enfraqueceu o império, e Mali logo deixou de ser uma entidade política importante.

8. Império do Gana

Na Gana antiga, assentada sobre uma imensa mina de ouro, havia um reino tão rico que até mesmo seus cães usavam colares feitos de metal precioso.

Com planejamento estratégico, líderes poderosos e uma abundância de recursos naturais, o Império do Gana tinha grande influência. Negociava com europeus e norte-africanos, importando livros, tecidos e cavalos em troca de ouro e marfim. Comerciantes árabes muitas vezes passavam meses tentando chegar ao reino para fazer negócios.

Se alguém fosse acusado de violar a lei no Gana, essa pessoa era forçada a beber uma mistura acre de madeira e água. Se vomitasse a mistura, era considerada inocente. Caso contrário, era considerada culpada e punida pelo rei.

Apesar de impedir muitas invasões, o império eventualmente entrou em colapso em 1240. Isolado do comércio e enfraquecido por seus rivais, Gana foi absorvido pelo crescimento do Império do Mali.

9. Império do Benin

No que é hoje a Nigéria, o Império do Benin começou quando o povo Edo cortou árvores na floresta tropical do Oeste Africano. Por volta de 1400, o pequeno povoado se desenvolveu em um poderoso reino.

Com um gosto incomum para bronze nos seus palácios deslumbrantes, Benin também utilizava cobre em suas obras de arte, estátuas e placas que descrevem cenas de batalha sangrentas. Quanto à negociação, Benin encontrou sua riqueza no comércio com reinos africanos do norte devido à sua localização próxima ao rio Níger. No extremo sul do império ficava o Oceano Atlântico, o que permitiu que seus navios trocassem mercadorias com outros povos, tais como pedras de coral, pimenta e pele de leopardo.

A civilização chegou ao fim quando os britânicos invadiram a região, tomaram os recursos de Benin e queimaram o império até o chão.

10. Império de Axum

Enquanto uma revolução cristã estava ocorrendo na Europa, um poderoso reino surgiu no continente africano. Na atual Etiópia, o Império de Axum se tornou um dos maiores mercados do nordeste da África, com grande força naval.

Axum dominou a costa do Mar Vermelho até o século VII. Além de influenciar outras superpotências na África, Europa e Ásia, este império criou o Ge’ez, única língua escrita com um conjunto de sinais utilizados para representar fonemas original da África.

O império tinha uma multidão de visitantes estrangeiros. Um escritor persa saudou Axum como “uma das quatro maiores potências do mundo”. Ainda assim, pouco se sabe sobre esta impressionante civilização africana.

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