Associação Brasileira de Psiquiatria repudia cena de eletrochoque em novela da Globo. ABP considera as imagens apresentadas pela emissora como um "desserviço à população"
Após a cena transmitida na noite de terça-feira (21), na novela “O Outro Lado do Paraíso” da Rede Globo, em que Clara (Bianca Bin) é internada pela ex-sogra Sophia (Marieta Severo) em um manicômio, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) divulgou uma nota de repúdio em que classifica o ocorrido como um “desserviço à população“. Conforme a instituição, o folhetim assinado pelo escritor Walcyr Carrasco apresenta narrativa “estigmatizada e preconceituosa” sobre o uso da Eletroconvulsoterapia (ECT). Segundo os especialistas, o procedimento é seguro e recomendado para o tratamento de transtornos psiquiátricos graves.
“A eletroconvulsão terapêutica é realizada com o paciente anestesiado, recebendo uma baixa corrente elétrica que induz à convulsão, com duração de cerca de 30 segundos. A técnica é eficaz e segura e seu sucesso terapêutico é destacado por múltiplos estudos relacionados ao tema, publicados em periódicos de grande destaque científico“, aponta a instituição.
Na trama fictícia, a personagem de Clara é amarrada a uma cama e, ainda consciente, se debate enquanto recebe eletrochoques.
O tratamento é indicado para pacientes que não apresentem respostas aos demais medicamentos e terapias, com depressões graves, ou quadros em que a medicação tradicional não pode ser administrada, como gestantes e lactantes. Segundo a associação, muitos pacientes podem correr risco de morte sem o recurso.
De acordo com dados da associação, a esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial e pode causar alterações na maneira como o indivíduo percebe a realidade, perdendo a capacidade de discernimento. Entre os sintomas, estão alucinações e delírios, crenças falsas, desorganização do pensamento e alterações na expressão emocional.
GauchaZH
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