Mailson Ramos*
Recentemente, um colunista da IstoÉ sugeriu a morte de Lula. Por diversas vezes, Dilma foi capa da revista em matérias corrosivas, sempre críticas ao governo – e sem falar na misoginia e o machismo na forma de tratar a ex-presidenta, o que lhe custou processos judiciais.
Com a esquerda, a IstoÉ é sempre o algoz.
Mas com a direita abana o rabinho como aquela cadela a quem se referiu Bertolt Brecht. E se notabiliza pela criação de falsos heróis na política que não duram muito tempo.
Não faz muito tempo, aliás, a IstoÉ premiou Michel Temer como “um dos brasileiros do ano de 2016”. Aquele mesmo prêmio em que Aécio e Moro protagonizaram um divertido bate papo ao pé do ouvido.
Nas capas, a revista já estampou Temer, como salvação, assim que a quadrilha se instalou no poder. Antes, deu corda à ofensiva desqualificada de Aécio como oposição “intransigente” e “para encher o saco do PT”.
Leia aqui todos os textos de Mailson Ramos
Por ser anti-Lula – e nada mais – Doria foi capa da IstoÉ. Não estava ali para falar de política, da prefeitura, dos seus planos para 2018: a mediocridade o impingia a ser somente um adversário do Lula.
A revista da Editora Três concede a Luciano Huck aquilo que ele não tem: capital político; embarcada talvez nos resultados da estranha pesquisa do Estadão sobre a intenção de voto para 2018, que dá ao apresentador global o crescimento de 60%, IstoÉ apela para o desespero.
Huck vai voltar a apresentar o Lata Velha, ganhar rios de dinheiro com a publicidade e se aninhar debaixo das asas do Itaú.
Capital político mesmo quem tem é Lula, este a quem o colunista da IstoÉ pediu a morte.
*Mailson Ramos é escritor, profissional de Relações Públicas e autor do blog Nossa Política. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook