Para amenizar as críticas de ser um pré-candidato ao maior cargo do Executivo sem saber sobre fundamentos básicos da economia, Jair Bolsonaro tem divulgado os nomes dos seus 'gurus econômicos'
O deputado e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro afirmou que está em fase de “namoro” em suas conversas com o economista Paulo Guedes para integrar o Ministério da Fazenda em seu governo, caso seja eleito.
“Eu busquei quem foi crítico de planos econômicos, plano Cruzado, plano Real com a ressalva da questão fiscal, foi convidado a participar do governo do PT e recusou. Não existe ainda um noivado ainda, é só um namoro. É o Paulo Guedes”, disse ele no fórum Amarelas ao Vivo, evento realizado pela Revista Veja.
Paulo Guedes é fundador do Instituto Millenium, economista com PhD pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e foi um dos fundadores do banco Pactual. Atualmente, preside o grupo de investimentos Bozano. Ele é autor de colunas no jornal O Globo.
Em um texto publicado no jornal no mês passado, avaliou que o “centro” da política estava “vazio” no momento e considerou um segundo turno disputado por Bolsonaro e Lula.
Enquanto o petista seria representante da “Velha política”, classificou o deputado como “fenômeno eleitoral de uma ‘direita’ que defende ‘a lei e a ordem’, valores de uma classe média indignada com a corrupção na política, a estagnação na economia e a falta de segurança nas ruas”.
Aceno ao mercado
O anúncio de Bolsonaro representa um aceno ao mercado financeiro e uma tentativa de se distanciar da imagem de defensor do modelo militar de estatização.
Em seus sete mandatos na Câmara Federal, o deputado foi crítico ao Plano Real, propôs apenas três projetos ligados a economia e já admitiu ser ignorante no assunto.
Por isso, para dirimir as críticas de ser um postulante ao maior cargo do Executivo sem saber sobre fundamentos básicos da economia, passou a divulgar o nome de seus conselheiros na área econômica.
Contato confirmado
Em entrevista ao portal Poder360, Guedes confirmou que tem conversado com Jair Bolsonaro.
“Quer saber se a ordem se encontrou com o progresso? O que Bolsonaro informou é exato. Conversamos duas vezes”, disse.
O economista não respondeu se aceitaria o convite para ser o chefe da Fazenda em um eventual governo de Bolsonaro. Mas disse que conversas existem sobre a intenção do pré-candidato.
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