The Economist faz uma análise do 'fenômeno Bolsonaro' e se pergunta se ele poderia ser o Trump brasileiro. Revista britânica chamou o político brasileiro de demagogo e “garoto travesso”
O deputado Jair Bolsonaro poderia ser o Donald Trump brasileiro? Para a revista britânica The Economist, não.
A revista trata Bolsonaro como um “radical” e diz que ele é um “demagogo de direita”, mas descarta a possibilidade de que ele ganhe as eleições do ano que vem.
Não só ele tem uma retórica “ainda mais indecorosa” que a do presidente norte-americano, como os resultados das pesquisas eleitorais, que mostram Bolsonaro em segundo lugar, a essa altura do campeonato, são pouco confiáveis, segundo a revista.
A Economist mostra que o deputado tem apelo e uma militância fiel, embora conte com o apoio de cerca de 1/8 da população nacional, enquanto Lula é apoiado por cerca de 1/3.
Se o ex-presidente for impedido de concorrer nas eleições, a situação fica ainda mais difícil para Bolsonaro, diz a revista, já que sua rejeição é alta.
Além disso, com a melhora na economia, os brasileiros dificilmente vão apoiar uma candidatura tão radical. Além disso, o sistema de dois turnos de votação costuma esvaziar os candidatos mais extremistas, de acordo com a Economist.
Esse crescimento precoce, no entanto, serve de aviso para o centro: é preciso provar que os moderados estão “mais preparados que os extremistas para reparar os danos causados pelos políticos”, conclui a análise.
Na versão impressa, o título da análise era “Ele não é o Messias, é só um garoto travesso”, uma referência ao grupo britânico de humor Monty Python.
Luiza Calegari, Exame
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