“Aos 13, recebi minha primeira carta de fã: era uma fantasia de estupro”
"Terrorismo sexual". Natalie Portman falou abertamente sobre sua experiência de crescer em Hollywood e contou sobre o assédio que sofreu por parte da mídia e do público enquanto ainda era adolescente
No último sábado (20/01), a atriz Natalie Portman confessou ter sofrido “terrorismo sexual” aos 13 anos, o que a teria levado a sentir uma necessidade de cobrir o corpo e inibir suas formas de expressão. A atriz dividiu a experiência traumática durante discurso feito na Women’s March, em Los Angeles.
Portman começou por recordar o aniversário de 12 anos, que Portman comemorou no set de seu primeiro longa, “O Profissional“. O filme conta a história de uma jovem garota que fica amiga de um assassino profissional com a esperança de vingar a morte de sua família. Um ano depois, aos 13 anos, quando o filme foi lançado, Portman abriu sua primeira carta de um fã. “Era uma fantasia de estupro de um homem“, recordou.
“Uma contagem regressiva foi iniciada num programa de rádio local para meu aniversário de 18 anos – eufemisticamente a data em que não seria mais um crime dormir comigo“, disse ela. “Os críticos falavam sobre meus peitos que estavam crescendo nas resenhas. Compreendi muito rapidamente, mesmo aos 13 anos, que se eu me expressasse sexualmente, eu me sentiria insegura e que os homens se sentiriam autorizados a discutir e objetivar meu corpo, para meu grande desconforto“, declarou Portman enquanto vestia uma camiseta do movimento Time’s Up.
Portman disse que ajustou seu comportamento, rejeitou papéis com cenas de beijos e enfatizou seu lado “intelectual e sério“. Ela construiu uma reputação como uma “jovem puritana, conservadora, nerdy, séria“, de forma a garantir que seu corpo estivesse seguro e que sua voz pudesse ser ouvida.
“Aos 13 anos, a mensagem da nossa cultura foi clara para mim“, disse ela. “Eu senti a necessidade de cobrir meu corpo e de inibir minha expressão e meu trabalho para enviar minha própria mensagem ao mundo de que eu sou alguém digna de segurança e respeito. A resposta à minha expressão, desde pequenos comentários sobre meu corpo para declarações deliberadas mais ameaçadoras, serviu para controlar o meu comportamento através de um ambiente de terrorismo sexual“, completou.
Marie Claire