FHC lamentou a possibilidade de Lula ser preso, mas analisa que a redução das chances de candidatura do petista esvazia Jair Bolsonaro e abre espaço para Luciano Huck
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) lamentou a possibilidade de seu sucessor, o também ex-presidente Lula, ser preso, mas considera que a redução das chances de candidatura do petista vai detonar o início das composições políticas para as eleições de outubro. Em entrevista ao Valor Econômico, FHC disse que “o jogo começa agora”.
Para o tucano, a eventual saída de Lula da disputa eleitoral deve esvaziar a candidatura de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que tem polarizado, com seu discurso radical, as últimas pesquisas eleitorais com o petista. Na avaliação dele, Bolsonaro é forte hoje exatamente por fazer contraposição feroz a Lula. Sem o ex-presidente na disputa, a participação do deputado será vista com outros olhos pelo eleitorado, no entendimento de FHC.
Embora tenha dito que não vê espaço para candidatos fora do sistema político e eleitoral, os chamados outsiders, Fernando Henrique não descarta a candidatura do apresentador de TV Luciano Huck. Integrante de movimentos que discutem política fora dos partidos, Huck foi convidado pelo PPS para disputar a Presidência.
FHC acredita que ele possa se beneficiar caso Lula seja barrado pela Justiça ou se a candidatura tucana de Geraldo Alckmin não decolar. Mesmo assim, o ex-presidente vê despreparo em Huck para assumir um posto desse tamanho. “Gosto do Luciano, sou amigo da família, mas ele é muito cru para ser presidente da República. Não acho que ele seja a maior possibilidade”.
Saiba mais:
Ronaldo não se arrepende de voto em Aécio e diz que apoiaria Luciano Huck
As práticas de Luciano Huck que não resistiriam a um “Arquivo Confidencial”
Lula provoca Huck: “Quero enfrentar alguém com o logo da Globo na testa”
IstoÉ, a revista que cria falsos heróis
Desde o ano passado, Huck tem deixado claro sua intenção de um dia chegar ao Palácio do Planalto. Depois de aparecer bem nas pesquisas eleitorais, chegou a anunciar que não seria candidato. Mas tem dado sinais de que ainda se sente tentado pela ideia.
Na avaliação de FHC, é preciso aproveitar o ambiente de mudanças no cenário político do país para limitar a quantidade de partidos. Para ele, a existência de mais de 30 legendas torna o país ingovernável.
Veja a entrevista completa no Valor
Leia também:
FHC diz que foi mal interpretado: “Acharam que eu era contra a prisão do Lula”
Collor, FHC e Temer: os três tempos do neoliberalismo brasileiro
Cerveró: “Filho de FHC nem sabia o que era termelétrica e foi contratado pela Petrobras”
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook