“Polícia Federal para ele. O amigo do Daniel Dantas, do Aécio Neves”. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de protestos por passageiros durante um voo. Assista
Joelma Pereira, Congresso em Foco
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de protestos por passageiros durante um voo. No vídeo, que circula na internet e em grupos de WhatsApp, um passageiro diz: “Polícia Federal para ele. O amigo do Daniel Dantas, do Aécio Neves”.
Mais ao fundo, uma passageira provoca: “Vergonha para família”. Em outro momento do voo, os passageiros entram no coro de “fora Gilmar”. Calado, o ministro apenas sorri, sem rebater às provocações. Ainda não se sabe quando o vídeo foi gravado e nem o destino do voo. Procurada, a assessoria do magistrado informou que ele não comentaria o caso.
Gilmar foi responsável, entre outros casos, pela soltura de figuras conhecidas como o ex-ministro José Dirceu, o empresário Eike Batista, o médico Roger Abdelmassih e o banqueiro Daniel Dantas. No ano passado, o ministro também mandou soltar, duas vezes em menos de 24h, o empresário Jacob Barata Filho, magnata do transporte público do Rio, preso por corrupção. Em 2013, o ministro foi padrinho de casamento da filha de Barata.
33 ligações para Aécio
Um relatório da Polícia Federal mostra que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro Gilmar Mendes fizeram 33 telefonemas entre 16 de março e 13 de maio de 2017. As ligações foram feitas pelo aplicativo WhatsApp, no período em que o tucano passou a ser investigado pela suspeita de receber propina da JBS e se tornou alvo de investigações da PF.
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No início do mês, o ministro foi seguido e hostilizado por duas brasileiras pelas ruas de Lisboa, capital de Portugal. Gilmar viaja com frequência para aquele país, onde tem casa.“A gente pede pra Deus levar o senhor pro inferno”, foi o que o magistrado ouviu naquela oportunidade.
“Tomataços”
Gilmar Mendes também se tornou objeto de protestos públicos após decisões polêmicas, como a de soltar o empresário Jacob Barata Filho. Em outubro, o ministro foi alvo de dois “tomataços” na entrada do Instituto de Direito Público (IDP), instituição de ensino e pesquisas da qual é sócio-fundador.
Com o objetivo de destituir o ministro de seu cargo do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos cinco petições foram protocoladas no Senado apenas em 2017. Duas delas foram imediatamente arquivadas pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Um sexto pedido de impeachment do ministro foi apresentado no último dia 22 de dezembro. Mas, devido ao recesso parlamentar, ainda ele ainda não aparece no sistema de tramitação online do Senado. Pouco antes, um abaixo-assinado pelo afastamento de Gilmar Mendes do Supremo recebeu mais de 1,7 milhão de assinaturas.
Assista ao vídeo:
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