Deputado e pré-candidato Jair Bolsonaro tentou impugnar pesquisa eleitoral sem saber que ela o favorecia. Tribunal Superior Eleitoral rejeitou o pedido
O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro protocolou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no fim do mês de janeiro uma representação contra a divulgação do resultado de uma pesquisa eleitoral feita pelo Datafolha.
A defesa do pré-candidato pedia a impugnação do levantamento. A divulgação da pesquisa foi realizada no dia seguinte ao pedido.
Os advogados de Bolsonaro afirmam que a pesquisa continha questionamentos sobre a opinião dos potenciais eleitores, acerca de circunstâncias atuais da política nacional e dos seus protagonistas.
Para a defesa, “os questionamentos apresentados se revelavam tendenciosos, com nítido objetivo de manipular, não apenas o eleitor consultado, mas também aqueles que do seu conteúdo tiverem conhecimento, tudo isso em benefício de uma determinada candidatura, cujo registro perante o TSE é natimorto [em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva]”.
Uma das perguntas feitas por aquele Datafolha foi sobre as denúncias envolvendo o patrimônio da família de Bolsonaro feitas pela Folha de S. Paulo. No mês passado, o jornal revelou o crescimento das propriedades do deputado.
Segundo o Datafolha, o questionamento sobre o patrimônio de Bolsonaro foi feito após as perguntas sobre intenção de voto, sendo, portanto, impossível ter exercido alguma influência no resultado obtido em relação à corrida presidencial.
Pesquisa era ‘boa’ para o deputado
Como todos já sabem, a pesquisa Datafolha foi normalmente divulgada no último dia de janeiro (relembre aqui). Ou seja, o TSE rejeitou o pedido de impugnação de Jair Bolsonaro.
Curiosamente, o resultado do levantamento não apresentava índices desfavoráveis ao deputado conservador. Em um cenário em que o nome de Lula era excluído da pesquisa, Bolsonaro liderou a disputa com 18% das intenções de voto, seguindo por Marina Silva (Rede), com 13%, Ciro Gomes (PDT), com 10%, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido), ambos com 8%.
Por outro lado, a pesquisa indicou que Bolsonaro parou de crescer e oscilou negativamente em todos os cenários apresentados em comparação com a pesquisa anterior, feita em novembro.
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