O lucro indecente do Itaú e a verdadeira corrupção. O obsceno sistema da dívida pública é o principal fator de corrupção do Brasil. Ele é a razão de ser do regime de exceção implantado no país
Jeferson Miola, Carta Maior
O Itaú Unibanco teve um lucro de R$ 24,9 bilhões no ano de 2017; um ganho 12,3% maior que o lucro que teve em 2016.
O jornal Valor de 6/2/2018 [página A2] informa que devido ao lucro espetacular, o Itaú decidiu distribuir um “superdividendo” de R$ 17,6 bilhões aos seus acionistas – que não são mais que um punhado de rentistas e especuladores.
Enquanto o Itaú e a orgia financeira tiveram lucros exorbitantes em 2017, o orçamento da União teve um déficit de R$ 124 bilhões.
O déficit, registre-se, é gerado exatamente porque o governo federal desvia quase metade do seu orçamento para o pagamento de juros e amortização da dívida. É pura conversa fiada associar o déficit orçamentário brasileiro com os investimentos e programas sociais.
Segundo a Auditoria Cidadã da dívida, em 2015, por exemplo, a dívida tragou R$ 962 bilhões para beneficiar não mais que algumas centenas de rentistas, o equivalente a 42,43% do orçamento brasileiro – cifra que corresponde a quase uma década de financiamento do SUS, que é dedicado a 203 milhões de brasileiros.
Apesar do enorme dispêndio anual para o pagamento de juros e amortização, o estoque da dívida não diminui. Ao contrário, aumenta!
Em janeiro de 2015, a dívida estava em R$ 3,2 trilhões. Apesar do pagamento de R$ 962 bilhões, terminou o ano com um estoque de R$ 3,9 trilhões.
O obsceno sistema da dívida pública é o principal fator de corrupção do Brasil. Ele é a razão de ser do golpe e do regime de exceção implantado no país.
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