Direita

Imagens simbólicas (e lamentáveis) da passagem de Lula pelo RS

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A caravana de Lula no Rio Grande do Sul tem arrastado multidões, mas algumas cenas de violência covarde protagonizadas por ruralistas contra manifestantes traçam um paralelo com as mortes de quem luta por justiça social neste país

A Caravana Lula pelo Brasil passou nesta quarta-feira (21) por São Borja (RS). No município que guarda a memória dos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, na fronteira com a Argentina, a 600 quilômetros de Porto Alegre, residem os símbolos do trabalhismo.

Há três dias, no início da viagem, Lula encontrou-se com Mujica em um evento que reuniu milhares de pessoas. Em sua fala, o ex-presidente do Uruguai cravou: “Aproveitem enquanto podem, porque vocês não terão Lula eternamente. De todo modo, é preciso que saibam que a luta continua”.

Seguindo viagem pelo Rio Grande do Sul, a caravana do ex-presidente tem sido alvo de ataques de milícias de extrema-direita. As hostilidades sofridas pelos manifestantes pró-Lula levaram os organizadores a chamar a atenção das autoridades.

Imagens registraram cenas de violência covarde promovidas por ruralistas contra trabalhadores. Segundo o cientista político Rudá Ricci, os flagrantes traçam um paralelo com as mortes de ativistas que lutam por Justiça social no Brasil.

“Esta foto (ver abaixo) registra o ataque selvagem, pelas costas, de um ativista ruralista em Bagé, contra um simpatizante de Lula. Lula foi recebido calorosamente ontem, no início da sua caravana no sul do Brasil. Mas esta cena, assim como a de um outro ruralista com pedras nas mãos (abaixo), traça um paralelo com o assassinato de Marielle e do ambientalista do Norte do país, não?”, denunciou Rudá em suas redes sociais.

A internauta Emília Vieira testemunhou a ação do homem que segurava duas pedras nas mãos e estava prestes a atacar os seguidores de Lula. “Esse ruralista estava ontem na Unipampa, com duas pedras nas mãos, saindo do meio de seus comparsas e preparando-se para agredir os apoiadores de Lula. Ninguém me contou. EU VI”, disse.

A jornalista Cynara Menezes, por sua vez, divulgou uma foto (abaixo) não menos chocante de um homem chicoteando, literalmente, um manifestante que saiu de sua casa para prestigiar Lula.

“Casa grande X senzala na passagem de Lula pela Universidade Federal de Santa Maria. Nunca foi tão explícito”, lamentou a jornalista.

(Imagem: Guilherme santos – Sul Vinte Um)

Punição

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, alertou em entrevista coletiva nesta terça-feira (20) para a atuação violenta de milícias profissionais que agem na região de maneira ameaçadora contra a caravana durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul.

Nos preocupa muito que tenhamos chegado a esse clima de intolerância na sociedade, em que grupos de extrema direita usem de milícia armada. Espero que isso não seja um prenúncio de como vai se dar o processo eleitoral”, assinalou Gleisi.

Na mesma entrevista, o coordenador geral da caravana, o vice-presidente do PT, Marcio Macedo, reiterou que viagem continua. “Vamos continuar a caravana em respeito ao povo do Rio Grande do Sul, ao povo do Sul, ao povo do Brasil, mas queremos que as autoridades competentes ajam para desarmar essas milícias”, afirmou.

O presidente do PT no estado, deputado federal Pepe Vargas, afirmou ter reunido material que comprova a ação organizada dos que estão tentando intimidar a caravana de Lula no estado: “Não é normal que um grupo beligerante com práticas fascistas queira impedir que outro grupo se manifeste. Se eles querem se manifestar, que o façam em outros locais onde nós não estamos”.

Lula e Mujica:

Lula em Santa Maria:

Lula na UFSM:

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