Alckmin recua após dizer que PT mereceu os tiros
Geraldo Alckmin volta atrás após celebrar ataque a tiros contra ônibus de Lula e agora pede punição aos responsáveis, mas Michel Temer se superou e conseguiu piorar declaração inicial do governador tucano
Nem mesmo o absurdo episódio dos tiros contra um ônibus da caravana de Lula parece ter despertado a preocupação de alguns políticos brasileiros com a escalada de violência e intolerância no Brasil.
Ao comentar o atentado, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin afirmou, na noite desta terça-feira (27), que os petistas “colheram o que plantaram”.
Segundo o pré-candidato do PSDB à presidência, integrantes do partido sempre partem para dividir o País e acabaram “sendo vítimas” da polarização que criaram.
João Doria seguiu a mesma linha. “O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência”, disse o prefeito. Ele afirmou que não recomenda ovos, mas sim “a prisão” do ex-presidente.
O presidente Michel Temer conseguiu a proeza de piorar o discurso de Alckmin, isentando de culpa quem disparou uma arma de fogo contra a caravana.
“É uma pena que tenha acontecido isso. Ficamos no país com essa coisa raivosa, isso não é útil”, disse Temer. “Agora, devo dizer também que na verdade essa onda de violência não foi pregada talvez por esses que tomaram essa providência [dar o tiro]. Talvez tenha começado lá atrás, e a história de uns contra outros cria essa dificuldade que gera atritos dessa natureza”.
Recuo
Criticado pelos próprios simpatizantes, Geraldo Alckmin voltou atrás e deu uma nova declaração nesta quarta-feira (28).
“Toda forma de violência tem que ser condenada. É papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT. E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O país está cansado de divisão e da convocação ao conflito”, escreveu o governador de São Paulo no Twitter.
Registros de episódios de violência na Caravana não têm sido incomuns. O PT relatou espancamentos de militantes. No Facebook, há fotos de cidadãos sendo chicoteados por grupos extremistas. A caravana é frequentemente alvo de ovos e pedras.
Confira alguns registros da barbárie:
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