Lucas Mendes*, Pragmatismo Político
O clássico entre Corinthians e Palmeiras, neste último sábado (24), em Itaquera, ainda está repercutindo na imprensa. De longe, eu não me recordo de um derby em que as discussões estão durando há quatro dias. De fato, o jogo não termina quando o juiz apita.
Nesta última segunda-feira (26), o Globo Esporte exibiu uma reportagem sobre a dona Maria Antônia – – mãe do Jailson, goleiro do Palmeiras, e torcedora corintiana – que esteve presente no estádio para torcer pelo filho, ao mesmo tempo, pelo clube.
A reação paralisada dela, depois do filho ter sofrido um gol na primeira etapa, demonstra o respeito que ela tem por Jailson. Demonstra o amor que ela sente por alguém foi gerado dentro do próprio útero.
No segundo tempo, surgiu o lance mais controverso da partida, que culminou na expulsão do filho, após uma entrada feia no Renê Júnior, volante do Corinthians. A mesma torce para que o Fernando Prass, goleiro reserva do Palmeiras, pegasse o pênalti. O chute foi para fora.
No segundo pênalti marcado a favor do time da casa, a dona Maria Antônia cedeu espaço para a torcedora corintiana, pois o filho não estava mais embaixo das traves. Ela comemorou o gol feito pelo Clayson, atacante do Corinthians, no segundo tempo.
Os conselheiros do Palmeiras acharam isso um “absurdo”, portanto querem punir o goleiro Jailson pela atitude da mãe de ter ido ao jogo e ter vibrado com o segundo gol.
Antes do filho defender o time rival, Dona Maria Antônia já era torcedora do Corinthians, inclusive tem uma tatuagem do clube estampada na própria pele. Enquanto Jailson sempre foi palmeirense desde pequeno, as fotos colocadas em cima da estante são uma prova disso.
A dona Maria Antônia é um símbolo de tolerância e respeito. O gol do Rodriguinho foi apequenado diante da aula dela. Ela mostrou que o amor transcende qualquer rivalidade. Mais do que isso, ela ensinou que amar o clube de coração, é amar a família em primeiro lugar.
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*Lucas Mendes é jornalista e colaborou para Pragmatismo Político.
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