Barbárie

Assassinos seguiram carro de Marielle por 4 km e atirador era experiente, diz Polícia

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Assassinos de Marielle Franco seguiram carro por 4 km e autor dos disparos era experiente, revela investigação. Irmã da vereadora desabafa: "Tentaram calar 46 mil vozes e as mulheres negras, mas não conseguiram"

A vereadora Marielle Franca (Foto:Mário Vasconcellos/CMRJ)

As investigações sobre a morte de Marielle Franco avançam na medida em que a sociedade cobra explicações e Justiça para o crime bárbaro.

Informações divulgadas pela Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (15) revelam que o carro onde estava a vereadora foi seguido por pelo menos quatro quilômetros.

De acordo com os investigadores, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite desta quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.

Os disparos foram efetuados a cerca de dois metros do carro das vítimas, quando um outro automóvel, um Cobalt prata, emparelhou. Além de Marielle, o motorista Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada, e três disparos acabaram atingindo o motorista. De acordo com a Divisão de Homicídios, o atirador seria experiente e sabia o que estava fazendo.

Os assassinos usaram uma arma 9 mm para executar o crime. Marielle havia participado no início da noite de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa.

Policiais da Divisão de Homicídios fazem diligência nas ruas em busca de imagens de câmeras de segurança que possam esclarecer a morte de Marielle Franco. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

Na manhã desta quinta (15), o novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse que a morte da vereadora Marielle atenta contra a democracia e reafirmou que a principal linha de investigação é execução.

“Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo”, disse.

“Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu”, garantiu Rivaldo.

Irmã de Marielle

A irmã da vereadora Marielle esteve no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo. Na saída, Anielle Silva conversou com a imprensa.

“Minha irmã foi brutalmente assassinada. Mais uma vítima dessa violência que está aí. Tentaram calar 46 mil vozes e as mulheres negras, mas não conseguiram. Não sei o que motivou isso. Ela tem um ano de mandato e não sei por que incomodava tanto”, disse Anielle.

De acordo com a irmã da vereadora, Marielle precisou sair da comunidade onde morava. Ela disse ainda que ameças e xingamentos sempre existiram. “Tivemos de sair da Maré, mas ela sempre foi uma pessoa com garra, guerreira, sorridente, era uma pessoa boa. Espero por justiça. Ameaça em rede social e xingamento sempre teve, mas ela não reclamou de nada”, explicou Anielle.

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