Barbárie

Calibre usado para matar Marielle foi autorizado em agosto pelo Exército

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Em agosto, Exército autorizou uso pessoal por policiais de arma calibre 9mm, a mesma usada no assassinato de Marielle. Munição que matou a vereadora é de lotes vendidos para a Polícia Federal em 2006

Carro onde estava Marielle Franco (Imagem: AP Photo/Leo Correa)

No dia 24 de agosto do ano passado, o Exército Brasileiro autorizou policiais militares a comprarem, para uso particular, pistolas calibre 9mm, que até então eram restritas a agentes da Polícia Federal e das Forças Armadas Brasileiras. As informações foram divulgadas, na época, pelo jornal Correio Braziliense.

O calibre é o mesmo que foi usado para assassinar a vereadora Marielle Franco (Psol) na última quarta-feira (14) no centro do Rio de Janeiro. Treze tiros foram disparados e quatro atingiram a cabeça da parlamentar. O motorista do automóvel recebeu três tiros nas costas e também morreu.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil nesta sexta-feira (16), a munição utilizada pelos assassinos de Marielle é de lotes vendidos para a Polícia Federal de Brasília em 2006. De acordo com a perícia da Divisão de Homicídios, o lote de munição UZZ-18 é original, ou seja, ela não foi recarregada.

A polícia chegou a essa conclusão após a perícia feita na quinta-feira (15). Agora, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento.

(veja aqui o que se sabe sobre o crime até agora)

De acordo com a investigação, os lotes de munições foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822.

Pouco antes de morrer, a vereadora mediou o debate “Jovens Negras Movendo Estruturas”, organizado pelo partido dela na Casa das Pretas, no Centro do Rio, que durou cerca de 2h. Segundo os investigadores, um carro com placa de Nova Iguaçu já estava parado na porta da Casa das Pretas, na Lapa, quando a vereadora chegou e estacionou. Neste momento, um homem saiu do carro e falou ao celular.

Cerca de duas horas depois, Marielle foi embora no carro com uma assessora e o motorista. O veículo que estava estacionado no local também saiu, piscou o farol e seguiu o carro de Marielle. De acordo com a investigação, no meio do caminho, um segundo veículo entrou na perseguição. As imagens não foram divulgadas pela polícia para não comprometer o andamento das investigações.

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