Redação Pragmatismo
Direita 22/Mar/2018 às 14:26 COMENTÁRIOS
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Desembargadora é alvo de protesto após atacar professora com síndrome de Down

Publicado em 22 Mar, 2018 às 14h26

Parentes de portadores de Síndrome de Down protestam contra desembargadora após comentário da magistrada que ridicularizava uma professora

desembargadora atacar professora com síndrome de Down

Parentes e amigos de pessoas portadoras de Síndrome de Down fizeram nesta quarta-feira, 21, no Rio de Janeiro um ato silencioso de repúdio à desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A magistrada postou na internet comentários em que ridicularizava uma professora que tem a síndrome, como se a docente fosse incapaz de ensinar.

A desembargadora também divulgou fake news (notícias falsas) sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada na quarta-feira da semana passada, acusando-a, sem provas, de ter ligações com o crime organizado. Afirmou também que o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) deveria ir para o “paredão de fuzilamento. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu inquérito para investigar o comportamento da magistrada.

O protesto desta quarta foi feito no Dia Internacional da Síndrome de Down. Durante a sessão, os manifestantes ergueram cartazes onde se lia: “Quem julga com preconceito não sabe fazer direito“.

O Tribunal de Justiça divulgou nota dizendo que “o grupo do movimento em favor das pessoas com Síndrome de Down teve pleno acesso à sala de sessões da 20ª Câmara Cível“. “Nossa assessoria entrou em contato com uma advogada e mãe de uma criança com Down, Sandra Kiefer, que disse ter saído satisfeita com o ato realizado (…), classificando-o de protesto pacífico.”

A assessoria informou também que não vai se pronunciar sobre a declaração pessoal da desembargadora. Procurada em seu gabinete, Marília informou por meio de um assessor que tampouco vai se manifestar sobre o tema.

Foi um ato pensado por líderes das organizações de parentes de pessoas com Síndrome de Down para mostrar que nós não aceitamos o preconceito“, afirmou Sandra Kiefer, advogada e mãe de uma criança com Down. “Não podemos deixar passar em branco. As minorias precisam ser respeitadas. E nós, do Direito, temos o dever de agir nesse sentido.”

Polêmicas

Em uma postagem em uma rede social, a desembargadora conta que ouviu no rádio a notícia de que o Brasil é o primeiro país a ter uma professora com Síndrome de Down. E acrescenta: “O que será que essa professora ensina a quem? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?“.

A professora Débora Seabra, que tem Síndrome de Down e trabalha há 13 anos em uma escola em Natal, publicou também nas redes uma resposta à postagem da desembargadora: “Quem discrimina é criminoso“.

Nos dias que se seguiram ao assassinato de Marielle Franco, a desembargadora replicou notícias falsas segundo as quais a vereadora teria tido um filho com um traficante de drogas e teria tido sua eleição financiada por uma facção criminosa.

A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down e o PSOL entraram com representações contra a magistrada junto ao CNJ. Nesta terça-feira, 20, o corregedor João Otávio de Noronha determinou abertura de procedimentos de averiguação sobre os dois casos.

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Jornal do Brasil

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