Educação

Escola é acusada de apologia à “ideologia de gênero” após erro de impressão

Share

Erro de impressão faz escola ser acusada de apologia à "ideologia de gênero". Grupos conservadores se apropriaram de imagem divulgada por pai de aluno e o episódio alimentou o ódio de extremistas nas redes sociais

A imagem que provocou acusações contra escola na Bahia

Uma atividade escolar para alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I seria considerada habitual, não fosse por um erro de digitação.

O caso aconteceu em uma escola da cidade de Brumado, na Bahia, na terça-feira (20). Tudo começou quando o pai de um aluno divulgou a imagem da tarefa nas redes sociais.

A partir daí, grupos conservadores se apropriaram da imagem para barganhar politicamente, acusando a instituição de ensino de praticar “ideologia de gênero”.

No exercício, são apresentadas figuras em sequência de seis crianças, cada uma delas com um nome em baixo. A polêmica se formou após a identificação de que as figuras das meninas traziam nas legendas nomes de meninos, enquanto uma gravura de menino apresentava nome de menina.

“Ao invés de dizer que menino é menina, a professora tinha era que ensinar o aluno a fazer o 5 direito”, reclamou um internauta.

Outro usuário, no entanto, disse considerar importante que temas como este sejam pautados: “Questões atinentes ao gênero devem ser discutidas nas escolas sim! Assim como respeito, amor ao próximo, aceitação das diferenças, enfim, todos os temas que contribuem para a formação do caráter do indivíduo. Além do mais, a escola é formadora de opinião sim e o professor tem autonomia didática. Torço pelo dia em que formemos cidadãos melhores, pra que essas crianças não pensem como seus pais daqui uns anos”.

Escola e secretária

Depois da repercussão, a Escola Municipal Santa Rita de Cássia comentou o caso e afirmou que houve um erro de digitação. A unidade reforçou ainda que “não é a missão da escola intervir e/ou formar opiniões na mentalidade de crianças que ainda não têm maturidade para discernir uma temática tão polêmica”.

A secretária de educação do município reafirmou o posicionamento da escola: “Foi apenas um erro de digitação da professora. Chamamos a equipe escolar e a professora contou que na hora de colar as figuras para impressão acabou colando os nomes errados”, contou Ednéia Ataíde.

Ednéia ainda explicou que mesmo antes do compartilhamento da imagem nas redes sociais a unidade escolar já havia explicado que se tratou de um erro na impressão da atividade.

A secretária acrescentou não ver nada contra temas relacionados a discussões de gênero, mas afirmou que eles não fazem parte da Plano Municipal de Educação.

“Não tem nada que proíba que se discuta, mas o município não aderiu a isso no plano de educação. Então, isso não está sendo discutido”, assinalou Ednéia.

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook