Depois de eleger Fernando Holiday em 2016 para vereador em São Paulo, MBL lança Kim Kataguiri para deputado federal pelo DEM. O grupo, que um dia se autodenominou 'apartidário', vai endossar candidaturas em vários estados brasileiros
O menino Kim Kataguiri, 22, líder do Movimento Brasil Livre, anunciou que será candidato a deputado federal pelo DEM de São Paulo nas eleições de 2018.
A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (14). Segundo a publicação, a filiação do jovem ao partido será realizada na próxima semana, em Brasília.
De acordo com Kataguiri, a ida para o DEM vem condicionada à liberdade de defender os ideais do movimento no partido.
“O DEM foi quem prometeu mais liberdade para defender o movimento dentro do partido, de votar como quiser”, justificou.
Outro nome de referência do movimento, Fernando Holiday, foi eleito vereador pelo DEM com 48 mil votos nas eleições municipais de 2016.
O líder do partido na Câmara, Rodrigo Garcia (SP), confirmou ter feito o convite para que Kataguiri se filiasse ao DEM. Esta será a primeira eleição federal da qual o MBL participa.
As negociações para a candidatura de Kataguiri estão em curso desde o início de 2017. O menino chegou a flertar com o Livres e ensaiou uma aliança com a ala jovem tucana, os chamados “cabeças-pretas”.
Candidatura própria
Nas eleições 2018, o DEM deve lançar pela primeira vez desde 1989 (quando ainda era PFL) um candidato próprio à Presidência da República: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que lançou sua pré-candidatura na semana passada.
Kataguiri, porém, afirma que não apoiará o candidato de seu novo partido. “É inviável. Acho que ele vai retirar”, afirmou.
Kim afirma que o movimento pretende endossar uma eventual candidatura de Flávio Rocha, dono da Riachuelo, que ainda não é filiado a nenhum partido.
Ainda segundo o garoto, o MBL deve lançar 20 candidatos a deputado federal por diversos partidos e tem como meta eleger 15.
MBL
O Movimento Brasil Livre (MBL) nasceu das manifestações a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Inicialmente o grupo se autointitulava apartidário, mas depois ficou comprovado que o discurso não passava de uma estratégia para abocanhar seguidores.
Áudios revelaram que o MBL recebeu dinheiro de vários partidos políticos para defender seus interesses. Ex-dirigente do movimento declarou que, apenas do PMDB, o grupo recebeu um “caminhão de dinheiro”.