Pichação racista e homofóbica em porta de banheiro de Faculdade de Direito provoca reflexão e ação educativa
Alunos da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, organizam uma campanha de esclarecimento e conscientização sobre racismo e homofobia depois, que, na última quarta-feira (21), pelo quarto ano consecutivo, frases preconceituosas como ‘fora preta sapatão’ e ‘fim das cotas’ foram pichadas em portas de banheiros do campus.
“A nossa ideia dentro da faculdade é promover palestras, fazer intervenções entre os alunos, distribuir cartazes e panfletos, para que de alguma forma essas pessoas sejam atingidas“, explica a estudante Laira Maciel Estevão.
Atualmente, dos 2.400 alunos da faculdade apenas 60 são negros. De acordo com um dos diretores do Centro Acadêmico da Faculdade, a adoção de cotas no ano retrasado pode ser um dos motivos das frases preconceituosas.
“A faculdade passa por um período de transição que é a aceitação da política de contas, que foi adotada em 2015, mas passou a valer em 2017. As pessoas não aceitam com clareza a polícia de cotas, então a gente acha que tem que trazer esse debate vivo, para que possam entender melhor o que são as cotas raciais e sociais“, explica Vinicius de Souza Marques, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT.
Laira, da primeira turma beneficiada pelas cotas, lamenta que parte da sociedade não compreenda a importância das cotas raciais no acesso ao ensino superior. “A gente precisa reafirmar a educação melhor, ensinar outras coisas, como orientação sexual, liberdade de escolha ou de religião. Existe muito preconceito sobre isso e não deveria existir se tivesse ensino“, afirma.
Já o advogado e ex-aluno William Luciano Gonçalves critica que, num ambiente onde se estudam leis, comportamento intolerantes venham sendo comuns. “Uma pessoa que se diz estudante de Direito tem que entender princípios básicos de cidadania, direitos humanos, de respeito ao próximo, se não será um péssimo profissional no futuro.”
Para investigar e combater o caso de racismo, os alunos registraram boletim de ocorrência. A faculdade abriu uma sindicância interna e haverá uma audiência pública com a comunidade acadêmica para discutir o assunto.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:
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