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Os últimos momentos de vida de Yuri Gagarin, o 1º cosmonauta do mundo

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No dia do 50º aniversário da morte de Yuri Gagarin, um verdadeiro herói para milhões de pessoas, jornal relembra como foram os últimos momentos de sua vida em um voo de teste

Agência Sputnik

Após seu lendário voo ao espaço a bordo da nave espacial Vostok em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin começou a estudar na Academia de Engenharia Aeronáutica Zhukovsky. Em 1968, após defender a tese, o cosmonauta iniciou um período de voos de teste no avião MiG-15 UTI, realizando entre 13 e 22 de março 18 voos com duração total de sete horas.

O último voo de controle iria ser realizado em 27 de março junto com o piloto-instrutor Vladimir Seregin.

Às 10h18, o avião com dois homens a bordo decolou de um aeródromo na região de Moscou. Gagarin e seu instrutor deveriam fazer dois voos de 30 minutos cada um.

Dez minutos mais tarde, Gagarin informou ter terminado a tarefa e pediu autorização para regressar à base. Em seguida, a ligação caiu de repente.

Quando o combustível do avião já deveria ter-se esgotado, o comando entendeu que algo horrível tinha acontecido e à zona do voo foram enviados helicópteros.

A operação de busca durou mais de três horas. Finalmente, a equipe de resgate encontrou os destroços do avião que levava o cosmonauta a bordo. O aparelho caiu em uma floresta densa a uma velocidade de 660-680 km/h. Após o choque com o solo e subsequente explosão, o avião se desfez em partes pequenas, contou o coronel-general de aviação Nikolai Kamanin, que esteve no lugar do incidente há 50 anos.

A parte da frente do avião ficou enterrada a cerca de 4 metros. Asas, empenagem […] e cabine ficaram espalhadas em uma faixa de 300 por 200 metros“, descreveu o general, citado por Gazeta.ru. Tudo indicava que a tripulação, Gagarin e Seregin, tinha morrido.

Dos pilotos quase não restou nada. Mesmo assim, por meio dos poucos restos, os especialistas determinaram que, no momento da colisão, os pilotos estavam segurando os comandos. Ambos morreram instantaneamente.

A investigação realizada no local mostrou que todos, ou quase todos, os dispositivos do avião estavam funcionando bem no momento da colisão com o solo. Porém, este tipo de caças não estava equipado com gravador de dados de voo, por isso não foi possível esclarecer todos os detalhes da tragédia.

A versão oficial da comissão especial que investigou o acidente dizia que, devido a mudanças no ambiente aéreo, o avião fez uma manobra brusca e depois entrou em parafuso, não foi detectada nenhuma falha técnica.

A pouca informação disponível sobre as causas do acidente desencadeou uma onda de teorias da conspiração por parte do povo.

Havia rumores que Gagarin teria entrado no avião muito bêbado ou que a sua morte teria sido orquestrada por Leonid Brezhnev, então líder da URSS, que supostamente teria inveja da fama do cosmonauta.

Algumas versões eram mais do que fantásticas, falando de um OVNI que estaria na zona de voo de teste. Os extraterrestres, usando suas capacidades telepáticas, teriam paralisado a tripulação, levando à queda do avião.

Falando de teorias mais racionais, outra versão indica que o avião colidiu com uma sonda meteorológica, pois na área do acidente foram encontradas dezenas dessas sondas. Assim, a tripulação teria alegadamente realizado uma manobra brusca para evitar colidir com o balão de uma sonda.

No entanto, nunca foi apresentada uma versão única e oficial que explicasse a causa da tragédia.

Após a morte de Gagarin, sua mulher recebeu a carta que ele tinha escrito ainda antes de seu voo histórico ao espaço em 1961, ele receava que pudesse morrer durante o voo e por isso se despedia da família.

Um dia, ainda pequeno, eu li as palavras de Valery Chkalov [lendário piloto soviético]: ‘Se existir, então tenho de ser o primeiro.’ É o que eu faço — estou tentando ser o primeiro e serei até ao fim“, diz a carta.

Quando morreu Yuri Gagarin, na União Soviética foi anunciado um dia de luto. Foi o primeiro caso na história da URSS em que o luto foi decretado devido à morte de uma pessoa que não era chefe de Estado em funções.

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