Homem que pedia a prisão de Lula nas redes é preso por contrabando e corrupção
Homem que esbravejava diariamente nas redes sociais "contra a corrupção" e pedia a prisão de Lula é detido pela Polícia Federal por chefiar uma organização criminosa especializada em contrabando
Na última quinta-feira (8), uma operação conjunta entre Polícia Federal e Receita Federal prendeu quatro pessoas no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Segundo a PF, os criminosos compõem uma quadrilha que contrabandeava mercadorias para o Brasil e são acusados de corrupção ativa, organização criminosa, facilitação de contrabando e descaminho.
O chefe do bando, de acordo com a polícia, é William Gebrael, de 43 anos. Ironicamente, o homem acumula publicações nas redes sociais em que ergue a bandeira da “ética” e esbraveja “contra a corrupção”.
Na época do julgamento televisionado de Lula no TRF-4, Gebrael foi às redes pedir a prisão do ex-presidente: “Não prendê-lo é ensinar aos nossos filhos que o crime compensa”.
Quando a condenação de Lula em segunda instância foi confirmada, ele escreveu: “É raro o momento de orgulho de ser brasileiro, mas hoje, eu sinto isso”.
Quadrilha
Entre os alvos da operação (batizada de “Vista Grossa”) estão ainda duas auditoras e um analista tributário. A quadrilha de Gebrael trazia ao Brasil de maneira irregular, principalmente, aparelhos celulares de alto padrão e caros, de acordo com a investigação.
Informações de inteligência indicam que, para cada mala de viagem que passava pelo canal de inspeção aduaneira sem fiscalização, era pago o valor de US$ 1 mil. Já para mochilas, era estabelecida a quantia de US$ 400 por unidade.
De acordo com a polícia, membros da quadrilha em funções de comando contratavam “mulas” para o transporte de mercadorias importadas e repassavam os dados dessas pessoas a servidores da Receita Federal lotados no aeródromo.
Esses, por sua vez, fariam vista grossa e facilitavam o ingresso do material em solo brasileiro sem o devido pagamento dos tributos.
De acordo com os investigadores, o chefe da quadrilha tirava uma foto do contrabandista que chegaria com a mercadoria no aeroporto do Rio e enviava para o servidor da Receita – que liberava a entrada sem qualquer tipo de inspeção ou restrição.