Racismo não

Acusada de racismo contra bebê de 1 mês, dentista já foi denunciada oito vezes

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Delzuite Macêdo é acusada de prática racista contra bebê de apenas 1 mês. Polícia afirma que não há dúvidas sobre o crime e que a dentista já responde a pelo menos outras oito denúncias de racismo. Conversas vazadas são ultrajantes. Acusada está foragida desde que caso repercutiu

A dentista Delzuite Macêdo

Uma denúncia de racismo contra a cirurgiã dentista Delzuíte Ribeiro de Macêdo revelou que a acusada já coleciona outras oito denúncias pelo mesmo crime.

O último Boletim de Ocorrência (BO) registrado contra Delzuíte Macêdo acabou repercutindo nas redes sociais. A denunciante alega que sua filha de apenas um mês foi alvo de postagens racistas feitas por Delzuíte na internet.

Segundo a Polícia Civil de São Raimundo Nonato, cidade piauiense que fica a 500 km da capital Teresina, um inquérito foi aberto para investigar a dentista. A delegada responsável pelo caso afirma, porém, que não restam dúvidas sobre as práticas racistas de Delzuíte.

“Foi registrado o BO e não há dúvidas que é um crime de racismo. Ela atingiu não só a honra da vítima, mas de toda uma raça. É racismo mesmo. Estamos tomando as medidas cabíveis pelo caso e pelo menos outras sete pessoas já foram ouvidas com denúncias também de racismo semelhantes a essa. Uma advogada registrou queixa e a OAB também tomará medidas nesse sentido. Atualmente não se sabe o paradeiro da dentista, pois ela sumiu da cidade, mas após a conclusão do inquérito é possível até que seja presa”, explicou a delegada Cynthia Verena.

Na última denúncia envolvendo a bebê de 1 mês e a mãe da criança, Delzuíte usa frases como “Já vi que você saiu da senzala mas a senzala ainda não saiu de você” [sic]; “Minhas amigas me perguntam se já vi como a filhinha de fulana é feia, e eu só respondo: ‘não me interesso por gente que nunca chegará ao meu tom de pele’ […] não misturo o meu sangue com merda!”.

O Facebook de Delzuíte foi excluído após a repercussão do caso e os prints foram anexados ao inquérito (veja os prints abaixo).

Emmanuel de Casto e Thaiane Ribeiro são os pais da criança de 1 mês. Eles revelaram que não é a primeira vez que têm problemas com a dentista.

“Ela é desequilibrada e já teve problema com minha esposa por ter sido colocada para fora de um apartamento. Na última sexta feira, quando íamos passando eu, minha esposa com minha filha de um mês nos braços, ela jogou uma tesoura em direção ao veículo, por sorte conseguimos fechar o vidro do carro a tempo e a tesoura pesou no vidro. Logo mais à noite ela foi no Facebook e fez essas postagens racistas. Fomos na delegacia e entramos com processo de racismo e tentativa de homicídio”, afirmou Emmanuel.

Emmanuel disponibilizou um áudio de Delzuíte (ouça no fim do texto) em que a dentista discute com a ex-babá do filho dela. Na gravação, a dentista afirma: “Cala tua boca nega sebosa. Vai viver tua vida e me deixa em paz. Manda tua conta que não vamos ficar te devendo não”.

De acordo com a Polícia Civil, Delzuíte encontra-se foragida desde que as denúncias se tornaram públicas. No entanto, Emmanuel garante que a dentista está escondida em Teresnina (PI) no apartamento dos seus sobrinhos.

Nota de Repúdio

Em nota oficial, o Conselho Regional de Odontologia do Piauí (CRO/PI) lamenta o ocorrido e informa que não corrobora com essas atitudes. Leia a íntegra:

A diretoria do Conselho Regional de Odontologia do Piauí (CRO-PI) lamenta profundamente e repudia o caso de racismo praticado por uma profissional da Odontologia de São Raimundo Nonato, na região sul do Estado.

O CRO/PI tomou conhecimento, por meio das redes sociais e da imprensa local, do Inquérito aberto pela Polícia Civil do município para apurar cerca de oito denúncias contra uma profissional que adotou postura discriminatória contra uma colega de profissão e sua filha.

O racismo é crime previsto na lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 e deve ser repudiado por toda a classe da Odontologia e sociedade em geral. O conselho reforça que não corrobora com as atitudes racistas e reforça que nenhum cidadão deve ser discriminado seja por sua cor de pele, nacionalidade, orientação religiosa, cultural ou sexual”.

Prints:

[áudio]

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