Em discurso que entrará para a história, Lula anunciou que se apresentará à Polícia Federal em Curitiba. Lula, como disse, não é mais uma pessoa. É uma ideia. Uma ideia de um Brasil justo. Em seu último ato público, ele saiu carregado nos braços do povo
Depois de muita expectativa e resistência de mais de 40 horas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou por quase um hora, neste sábado (7), em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, após a missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Lula afirmou que iria se entregar à PF, mas que sairia de cabeça erguida porque voltaria de peito estufado, após provar sua inocência.
O ex-presidente criticou Dallagnol, Moro e os acusou de parcialidade. Lula também reclamou da perseguição que sofre da grande imprensa brasileira, sobretudo da Rede Globo.
“O sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso. Eu fico imaginando o tesão da Veja, da Globo. Eles vão ter orgasmos múltiplos.”
“Eu vou enfrentá-los no olho por olho. Quanto mais dias eles me prenderem, mais Lula vai ter nesse país. Se dependesse da minha vontade, não iria, mas eu vou. Eu não estou escondido e vou lá nas barbas deles, para que eles saibam que eu não tenho medo”, discursou.
Lula disse não ser contra a Operação Lava Jato. “Tem que pegar bandido que roubou. Todos nós queremos isso, só prendiam pobre. E quero que continuem prendendo rico. O que você não pode fazer é julgamento subordinado à imprensa. Quem quiser votar com base na opinião publica, largue a toga e vá ser candidato.”
Sofrimento
Lula dedicou especial atenção à Dilma Rousseff, a quem se disse “eternamente grato”. “Possivelmente uma das mais injustiçadas mulheres que ousaram um dia a fazer política nesse País”, disse.
O ex-presidente lembrou do sofrimento de seus filhos e de Dona Marisa, morta no ano passado. “A antecipação da morte foi a safadeza e a sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram contra ela. Essa gente não deve ter filho e nem alma”, afirmou.
No fim, Lula saiu carregado nos braços do povo:
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