Na primeira entrevista após o pedido de prisão de Sergio Moro, Lula revela as informações de bastidores que fizeram o juiz da Lava Jato antecipar a ordem e assinala: "minha prisão é sonho de consumo do Moro"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou com o jornalista Kennedy Alencar, da rádio CBN, após tomar conhecimento de que o juiz federal Sergio Moro decretou a sua prisão.
Através do Twitter, Kennedy divulgou detalhes da conversa que teve com Lula. “Entrevistei o ex-presidente Lula. Perguntei se ele iria se entregar e ele disse que aguardará a orientação de advogados”, assinalou o jornalista.
Para Lula, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba estaria novamente agindo politicamente para impedir seu direito de defesa.
Confira um resumo da entrevista publicado pelo próprio Kennedy:
Lula acha que Sergio Moro errou ao não aguardar o fim do julgamento no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4) e não respeitou texto do salvo-conduto.
Segundo o ex-presidente, havia um recurso pendente para julgamento no dia 09/04. Lula disse que a prisão era um “absurdo” e um “sonho de consumo” do juiz Moro e de pessoas que querem vê-lo passar “um dia preso”.
O ex-presidente acha que Moro decidiu pela ordem de prisão em reação à liminar apresentada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, no âmbito de ação no Supremo Tribunal Federal (STF) de efeito geral.
De acordo com Lula, ao saber que o ministro Marco Aurélio Mello poderia conceder a liminar pedida por Kakay, Sergio Moro teria se precipitado e decretado sua prisão.
Ouça áudio divulgado por Kennedy:
Proibição de algemas
Na ordem de prisão, Sergio Moro vedou a utilização de algemas em qualquer hipótese e informou que foi preparada uma sala reservada, espécie de “sala de Estado Maior”, na própria Superintência da Polícia Federal, para início do cumprimento da pena. Nela, Lula ficará separado dos demais presos, “sem risco para a integridade moral ou física”.
Os detalhes da apresentação de Lula, de acordo com a decisão do juiz, deverão ser combinados diretamente entre a defesa e o delegado Maurício Valeixo, superintendente da Polícia Federal no Paraná.
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