O que se sabe sobre o brasileiro assassinado em universidade dos EUA
João Souza, de 19 anos, foi esfaqueado e morto em uma das universidades mais prestigiadas de Nova York. O jovem estava no primeiro ano de Engenharia Civil. Amigos o descrevem como inteligente e carismático. Câmeras de segurança registraram a ação do assassino. Veja o que já se sabe sobre o crime
O brasileiro João Souza, de 19 anos, foi esfaqueado e morto na noite do último domingo (15) em seu dormitório na Universidade de Binghamton, em Nova York (EUA).
O jovem cursava o primeiro ano de Engenharia Civil e foi assassinado por um outro aluno da universidade, que foi detido pela polícia.
O crime aconteceu às 22h30, no horário local, e João chegou a ser levado para o hospital com vida, mas não resistiu aos ferimentos.
Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela Binghamton mostram o assassino saindo do dormitório do brasileiro, utilizando moletons escuros.
Mais tarde a polícia identificou o criminoso como Michael M. Roque, de 20 anos. A polícia suspeita que o crime tenha sido premeditado e João Souza era o principal alvo.
Amigos
Segundo um amigo, Sammy Landino, ouvido pelo site de notícias local Pressconnects, Souza se mudou do Brasil para Nova York na oitava série. O amigo foi o responsável por apresentar a nova escola para o brasileiro. “Era um cara ótimo, sempre sorrindo e contando piadas”, descreveu o amigo.
“Eu fui o primeiro cara que ele conheceu. Ele estava chegando da 8ª série no Brasil. Eu mostrei a ele toda escola, o ajudei a se situar e o apresentei a alguns amigos. Desde então, esse vínculo não se quebrou”, disse Sammy.
Nos EUA, João foi apelidado de “The Brazilian wonder boy” (o brasileiro maravilha, em tradução livre). “A gente era calouro na mesma classe de história. O nosso professor o chamava de ‘o brasileiro maravilha’ porque ele sempre tinha ótimas respostas e um desempenho acadêmico impressionante”, assinalou.
Detalhes do crime
O companheiro de quarto de João, o estudante Wen Zhong Xun, estava com a namorada no dormitório quando presenciou o crime. Ele se assustou com a entrada repentina do brasileiro, já ensanguentado.
“Minha namorada e eu testemunhamos meu companheiro de quarto sendo brutalmente esfaqueado em nosso dormitório por um agressor mascarado”, conta.
“De fora do quarto, nós o ouvimos gritando e gritando por ajuda. Quando abrimos a porta, ele entrou correndo, já esfaqueado. Atrás dele, vi o agressor perseguindo. Tentei fechar a porta, mas ele me dominou e entrou no quarto”, relata o aluno.
“Nós três ficamos reféns de um assassino enlouquecido. […] Entrei em pânico e peguei uma cadeira para tentar me defender. O agressor exigiu que eu e minha namorada ficássemos no quarto. Felizmente nós corremos e escapamos”, conta Xun.
A universidade
“Estou profundamente triste em escrever sobre o esfaqueamento que levou à morte de um de nossos alunos, João Souza, um calouro de 19 anos de idade. Todo o campus chora por ele. Nossos pêsames vão para seus amigos e familiares, assim como para seus colegas”, publicou o presidente da universidade, Harvey G. Stenger, no site da instituição.
Este é o segundo homicídio na universidade este ano. Em março, a estudante de enfermagem Haley Anderson, de 22 anos, foi encontrada morta no campus. O suspeito era o seu colega Orlando Tercero, que fugiu após o assassinato.
“Este foi um semestre muito difícil para mim e para todo o campus, com duas mortes de estudantes em apenas algumas semanas. Essas tragédias nos abalam e nos entristecem”, afirmou o presidente.