PT volta a ter maior bancada da Câmara dos Deputados. Balanço divulgado pelo TSE é resultado das mudanças com as trocas partidárias feitas até o último dia 7. Veja como ficou o cenário no parlamento brasileiro
Hylda Cavalcanti, RBA
Depois de apresentados todos os relatórios dos diretórios partidários, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta quarta-feira (18) como fica o real tamanho de cada bancada na Câmara dos Deputados, por conta das trocas partidárias feitas até o último dia 7, autorizadas pela legislação eleitoral. Balanço do tribunal mostrou que, com as mudanças, o PT voltou a ser a sigla com maior número de deputados na Casa, com 60 – depois de ter perdido, dois anos atrás, espaço para o antigo PMDB (hoje MDB). O MDB, por sua vez, apesar de ter sofrido a maior queda de integrantes, figura em segundo lugar, ao lado do PP (que cresceu). Estes dois partidos passam a ter o mesmo número de parlamentares: 52.
Abaixo destas legendas ficam, pela ordem: o PSDB, com 48 deputados; o DEM, com 43; o PR, com 41; e o PSD, com 38. O PSB ficou com 26 deputados. Abaixo, estão as bancadas do PRB e do PDT (cada uma com 20 deputados), seguidas das bancadas do Podemos, com 17; PTB, que ficou com 15 integrantes; e Pros, com 11 deputados. O PCdoB e o SD ficaram, cada um, com 10 integrantes.
Das bancadas que possuem menos que 10 deputados, estão na lista o PSL, o PPS e o PSC, com oito parlamentares cada. Depois aparecem o Psol, com seis, o Avante e o PEN (cada um com 5 integrantes), o PHS, com quatro, o PV, com três, a Rede com dois parlamentares, e o PPL, com um único deputado.
Estão definidos, também, dois blocos partidários. O primeiro, formado pelas legendas PP, Podemos, Avante e PEN, composto por 79 deputados – número que ultrapassa a bancada do PT. O outro é formado pelas siglas PTB e Pros, composto por 26 parlamentares – o mesmo número dos integrantes do PSB.
Blocos partidários
O resultado confirma dados antecipados na última semana, a partir de cálculos que ainda não tinham sido concluídos pela mesa diretora da Câmara, mas apresenta surpresas. A primeira, por mostrar que apesar de o PT ter voltado a ser a maior bancada da Casa, ainda tem número inferior ao do bloco formado por partidos da direita (PP, Podemos, Avante e PEN).
A segunda foi a observação de que, além de ter sido a sigla que perdeu maior número de deputados, o MDB, partido que abriga o presidente da República Michel Temer, nem ao menos conseguiu ficar com a segunda maior bancada de forma isolada, pois seu número é igual ao de integrantes do PP.
Por fim, surpreendeu o fato de o DEM, que foi a sigla a conquistar maior número de filiados nos últimos meses, mesmo assim ter figurado abaixo do PP.
Chamou mais a atenção ainda de analistas, o aumento de substituições de partidos pelo PP, por se tratar de uma sigla formada por vários políticos que estão envolvidos na operação Lava Jato. A avaliação do cientista político e acadêmico Alexandre Ramalho é de que as trocas levaram em conta os arranjos partidários a serem feitos nos estados para as eleições majoritárias deste ano, daí o motivo dessas surpresas.
Relevância proporcional
Ainda segundo Ramalho, foi observado pelos parlamentares, sobretudo, o tamanho da verba do fundo partidário das legendas e o tempo de propaganda eleitoral gratuita a que cada partido tem direito.
“O fato de o PT voltar a ter a maior bancada na Câmara mostra sua solidez política e ideológica, sem danças de cadeiras e vaivém de parlamentares”, afirmou o líder do partido, deputado Paulo Pimenta (RS). “Nós do PT somos um sólido eixo no campo da esquerda para a implementação de um projeto nacional e popular. Atuamos unidos o tempo todo e assim vamos continuar, agora mais aguerridos ainda”, acrescentou.
“Não é verdadeiro ver o MDB como o partido que mais perdeu integrantes, porque proporcionalmente isso não é relevante. Conseguimos filiar nomes de destaque nacionalmente que vão ajudar o partido nas próximas eleições e isso é o mais importante para nós. Sem falar que continuamos trabalhando por uma base aliada do governo que atue forte”, disse o líder emedebista na Casa, deputado Baleia Rossi (SP).
Já lideranças de legendas como o DEM e o PSD destacaram a importância de terem sido mantidos vários nomes destas bancadas e também ressaltaram que as tentativas de convencimento aos parlamentares levaram em conta o próximo pleito.
O TSE ainda não liberou o resultado das bancadas do Senado após a mudança partidária. Informações de técnicos do tribunal são de que esse resultado será divulgado no site do tribunal nos próximos dias.
Veja como ficou a bancada de cada partido na Câmara dos Deputados:
PT: 60
MDB: 52
PP: 52
PSDB: 48
DEM: 43
PR: 41
PSD: 38
PSB: 26
PDT: 20
PRB: 20
Podemos: 17
PTB: 15
Pros: 11
PCdoB: 10
SD: 10
PSL: 8
PPS: 8
PSC: 8
Psol: 6
Avante: 5
PEN: 5
PHS: 4
PV: 3
Rede: 2
PPL: 1
TOTAL : 513
Fonte: TSE
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