A divulgação das imagens do triplex do Guarujá atribuído por Sergio Moro a Lula revela mais do que a pobreza da sentença que levou o ex-presidente à prisão. Mostra como Lula é tratado em comparação ao presidente que o antecedeu, Fernando Henrique Cardoso
Joaquim de Carvalho, DCM
A divulgação das imagens do triplex do Guarujá atribuído por Sergio Moro a Lula revela mais do que a pobreza da sentença que levou o ex-presidente à prisão.
Mostra como Lula é tratado em comparação ao presidente que o antecedeu, Fernando Henrique Cardoso.
O ex-presidente tucano sempre usou um apartamento em Paris, que formalmente pertence a Jovelino Mineiro, seu amigo, genro de Abreu Sodré, este já falecido.
Miriam Dutra, que teve um filho atribuído por ela a Fernando Henrique Cardoso, disse que o apartamento era do ex-namorado, assim como outro, no Trump Tower, em Manhattan.
Ela sabe disso porque o filho, hoje maior de idade, ficou com o suposto pai nos dois imóveis quando era criança e adolescente.
Em Paris, segundo ela, Fernando Henrique foi buscar o menino numa estação do trem bala, depois que ela o embarcou em Londres, onde morava na época.
“Para nós, os apartamentos sempre foram do Fernando Henrique”, disse-me ela no início de 2016, quando estive lá para entrevistá-la.
Depois da entrevista publicada, Miriam Dutra foi intimada pela Policia Federal e, ao depor no Brasil, recuou das declarações, que foram gravadas.
A comparação entre os imóveis de Manhattan e Paris usados por Fernando Henrique e o que nunca foi usado por Lula mostra dois pesos e duas medidas.
De um lado, luxo e ostentação, tratados como se não dissessem respeito ao ex-presidente que realizou o maior processo de privatização da história do Brasil.
De outro, no Guarujá, modéstia apresentada com estardalhaço pela imprensa como evidência de propina no maior escândalo de corrupção já descoberto na história da humanidade.
Continuarão acusando Lula, e ele continuará a ser apresentado no Jornal Nacional como a besta do Apocalipse.
Já Fernando Henrique Cardoso é apenas um homem simples cercado de bons amigos, que, sem interesse algum, lhe fazem favores, como ceder imóveis de luxo, para que ele possa usar como lhe aprouver.
E, se tiver dificuldade com a ex-namorada, eles até ajudam a pagar pensão alimentícia, forjando contrato de trabalho.
Ah, mas esse contrato é de uma empresa concessionária do governo federal, no tempo em que Fernando Henrique era presidente.
Isso é um detalhe sem importância.
O que importa é o que todos sabemos: Fernando Henrique Cardoso é um estadista, homem fino, probo, incorruptível.
Já o outro é o Luladrão.
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