Lógica da Lava Jato: quem faz acordo e delação está impune. Doleiros que operaram US$ 85 milhões cumprem apenas 1 ano de domiciliar
Fazer um acordo com a Lava Jato no Rio de Janeiro foi um grande negócio para os doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, conhecido como Juca Bala e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, segundo coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha desta sexta (4).
Claret e Barbosa foram presos em março de 2017 no Uruguai, sob a acusação de terem operado a evasão de 85,4 milhões de dólares para Sergio Cabral (equivalente a mais de R$ 282,4 milhões), sendo que esse montante foi apenas uma “fração” de todos os recursos já movimentados pelos doleiros.
Após fechar acordo de delação com os procuradores do Rio, Claret e Barbosa, os “doleiros dos doleiros”, deixaram o presídio de Benfica e agora vão cumprir 1 ano de prisão domiciliar, dividido em seis meses de regime domiciliar fechado e mais seis meses de semi-aberto. Depois disso, estão autorizados a voltar a viver no Uruguai, de onde atuavam como doleiros há décadas, junto com Dario Messer.
A dupla havia sido condenada a 18 anos de prisão e teve de pagar multa de R$ 4 milhões, segundo Bergamo.
Na delação premiada, Claret e Barbosa detalharam “como funcionava um sistema que reunia doleiros de todo o país que movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 5,3 bilhões) envolvendo mais de 3.000 off-shores em 52 países“, escreveu a Folha.
Os depoimentos se desdobraram na operação Câmbio, Desligo, deflagrada na quinta (3), com mais de 40 ordens de prisão contra doleiros.
Leia também:
Polícia Federal estuda medidas contra delegado que sugeriu prisão de Aécio e Temer
Ordem de prisão contra Lula é a mais rápida da Lava Jato
Uma pena, duas medidas: é melhor ser um preso da Lava Jato?
Geddel Vieira Lima é libertado pela Justiça no dia em que Lula é condenado
Moro recebe puxão de orelha de desembargadores por amarrar instâncias superiores
Sergio Moro salvou todos os delatores de João Vaccari
Por que Sérgio Cabral está preso e Aécio Neves solto?
Doleiro Alberto Youssef vai morar em prédio de luxo após ser solto por Sergio Moro
Por dentro do mercado oculto da delação premiada
Esquema da Petrobras descoberto pela Lava Jato funciona desde 1946, diz delator
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook