Enfermeira é presa por tentativa de homicídio de 4 recém-nascidos em UTI neonatal do Rio de Janeiro. Simone dos Santos rompeu de propósito os cateteres nas incubadoras onde estavam os bebês
Uma enfermeira foi presa na quarta-feira, 2, no Rio de Janeiro acusada de tentativa de homicídio de quatro recém-nascidos que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil Real D’Or.
Simone Anjos dos Santos, de 41 anos, teria rompido de propósito os cateteres nas incubadoras onde estavam os bebês.
O caso foi denunciado pelo próprio hospital, que é particular, depois de uma sindicância interna aberta em janeiro deste ano, quando foram encontrados os quatro cateteres rompidos. Simone foi afastada e o caso encaminhado à Polícia Civil.
De acordo com as investigações, os alvos de Simone eram recém-nascidos que se encontravam em terapia nas incubadoras na UTI Neonatal. Depois da retirada dos cateteres dos bebês, eles ficavam presos à portinhola de fechamento das incubadoras.
A prisão de Simone foi realizada por policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Segundo a polícia, os recém-nascidos foram expostos a riscos iminentes de hipoglicemia e de contraírem infecção no sangue relacionada ao cateter, o que os levaria à morte. Pelo menos quatro crianças teriam sido vítimas da enfermeira em – todas elas sobreviveram.
Nesta quinta, Simone prestou depoimento e negou as acusações. A enfermeira, contudo, foi indiciada com base em imagens de câmeras do circuito interno do hospital.
De acordo com a delegada titular da DCAV, Juliana Emerique, o pedido de prisão preventiva foi feito à Justiça “para evitar que ela continuasse praticando o ato”.
Em entrevista à Globonews, a delegada informou que também está investigando se há outros casos, incluindo em outros hospitais nos quais Simone trabalhou nos últimos anos. Ela informou que atua como profissional da área há cerca de dez anos.
Na tarde desta quinta, o clima era de aparente tranquilidade no Real D’Or. Mas pais de crianças que deixavam a instituição se disseram preocupados com a denúncia contra Simone.
“A gente fica assustada com uma notícia dessas. Acho que essa enfermeira surtou. Nossa, como pode fazer isso?”, questionou a professora Natália Inácio Nogueira, que havia levado o filho Miguel, de 2 anos, para uma consulta. “Me causa surpresa. É a terceira vez que trago Miguel nesta emergência e ele sempre foi super bem atendido. Agora a gente fica pensando no nosso filho no lugar dessas crianças.”
Agência Estado
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