As doações que a Odebrecht fez ao Instituto Lula são tão legítimas como as que foram feitas em benefício do instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sergio Moro, no entanto, decidiu criminalizar apenas o petista
As doações que a Odebrecht fez ao Instituto Lula são tão legítimas como as que foram feitas em benefício do instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pelo menos é isso o que a defesa do petista tenta provar ao pedir a Sergio Moro que anexe no processo que tramita em Curitiba cinco e-mails que supostamente mostram FHC pedindo verba para a empreiteira.
Os e-mails foram identificados durante uma perícia contratada pela defesa de Lula e, segundo os advogados, eles mostram que o FHC teria solicitado “valores de natureza idêntica” e recebido tais recursos “nas mesmas circunstâncias daqueles valores atribuídos ao Instituto Lula — ou seja, contabilizados e com documentação hábil devidamente emitida, portanto, doações lícitas.”
“Essa situação mostra uma indevida tentativa de criminalização de doações lícitas [ao Instituto Lula] sob o pretexto de que as doadoras seriam de ‘investigadas na Operação Lava Jato’“.
“O fato de a doação ter sido realizada por empresas investigadas na Operação Lava Jato’ não pode levar à conclusão da prática de ato ilícito, como o MPF afirmou em relação ao Peticionário e a pessoas ou instituições a ele relacionadas“, diz a defesa.
Na mesma petição, os advogados também anexaram outros 4 e-mails que ajudariam a desmentir a delação premiada de Marcelo Odebrecht. Preso na Lava Jato, o empresário decidiu fazer um acordo de cooperação no qual afirmou que o assessor de Antonio Palocci, Branislav Kontic, teria sacado propina em espécie em benefício do PT. Os e-mails identificados na perícia demonstrariam que não há relação entre Branislav e uma planilha entregue por Marcelo à Lava Jato.
A petição, que está em anexo, foi feita no âmbito do processo em que Lula é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht por meio de um imóvel nunca usado pelo Instituto Lula, e por conta de um apartamento que pertence a Glaucos Costamarques, primo distante de José Carlos Bumlai.
Leia aqui a Petição da Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000/PR
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