Padre é condenado a 33 anos de prisão por estupro de vulnerável. Um dos abusados é afilhado do religioso. Em um dos casos, vítima foi ao banheiro e mandou mensagem pedindo socorro ao pai. Familiares das crianças afirmam que costumavam receber o sacerdote em suas casas, tamanha era a confiança
Um padre de 37 anos foi condenado a 33 anos de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável. Os crimes cometidos pelo sacerdote Marcos Roberto Ferreira aconteceram em Joinville (SC).
Os casos foram registrados em maio do ano passado quando Marcos Roberto Ferreira levou cinco crianças e adolescentes para um retiro religioso. As vítimas são meninos de 12 a 14 anos — um deles é afilhado do réu. O processo corre em segredo de Justiça.
O padre também foi sentenciado a dois anos e quatro meses de detenção em regime semiaberto, com base no artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por dar bebida alcoólica a criança ou adolescente.
Marcos está preso desde junho de 2017 na Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Francisco do Sul. Inicialmente, por força de mandado de prisão temporária, que acabou depois convertida em preventiva. Ele deverá continuar preso para começar a cumprir a pena.
Os crimes
O caso que levou à condenação de Marcos veio à tona em maio de 2017 através dos pais de um dos jovens. O sacerdote foi acusado de abusar de menores de idade, que foram dormir com ele durante um retiro religioso. Do banheiro, um menino de 13 anos enviou o seguinte WhatsApp para o pai: “Pai, vem me buscar, por favor. Estou no banheiro”.
Segundo a Polícia Civil, pelo menos cinco crianças confirmaram ter sido vítimas de abusos, alguns desde 2015. Todas foram ouvidas por psicólogos e relataram que os abusos eram cometidos na casa do padre, lugar em que os meninos iam dormir a pedido dele.
Laudos periciais, elaborados a partir da análise de um psicólogo da Polícia Civil, comprovaram que os crimes ocorreram.
Em entrevista a uma tv local, uma das vítimas forneceu detalhes do que aconteceu em uma das noites que foi convidado a dormir na casa do padre.
“No meio da noite ele começou a lamber a minha orelha. Eu achei aquilo estranho. Daí ele tava passando a mão na minha barriga, ele tentou mexer no meu pênis e eu tirei a mão dele. Na terceira vez que ele fez força, eu não consegui tirar a mão”, disse.
A diocese
A Diocese de Joinville se manifestou por meio de nota e informou que Marcos está afastado do ministério sacerdotal desde que as denúncias foram conhecidas, em junho do ano passado. A diocese afirmou ainda que “repudia a pedofilia”.
A defesa do padre disse que vai recorrer da sentença e que o religioso nega todas as acusações.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook