A esposa do pastor George Alves, a também pastora evangélica Juliana Salles, acredita que o seu marido é inocente e, portanto, não estuprou e matou os próprios filhos. Advogada de defesa anuncia que deixa o caso
A esposa do pastor George Alves, a também pastora evangélica Juliana Salles, acredita que o seu marido é inocente e, portanto, não estuprou e matou os próprios filhos. As informações são dos advogados de defesa.
De acordo com a investigação, Juliana não tem participação nos assassinatos. Ela estava viajando quando o crime aconteceu.
Na quarta-feira, 23, a Polícia Civil declarou que o pastor abusou sexualmente e matou o próprio filho (3) e o enteado (6) no incêndio ocorrido na casa onde eles moravam em Linhares, no Espírito Santo.
Uma das advogadas que defendia George Alves anunciou nesta quinta-feira (24) que deixou a equipe de defesa. Taycê Aksacki não quis comentar sobre o motivo de ter saído da caso.
O advogado Rodrigo Duarte, que também pertence à equipe, disse que não iria comentar o caso porque, segundo ele, tudo que a defesa sabe foi informado através da imprensa. A advogada Milena Freire, outra integrante da equipe, também não se pronunciou.
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Para concluir o inquérito, a polícia analisou os resultados de perícias feitas na casa, os depoimentos do pastor e de testemunhas, exames realizados nos corpos dos meninos e imagens gravadas após a morte das crianças.
Culto evangélico depois do crime
A polícia ainda não desconfiava de George Alves e não tinha elementos para incriminá-lo nos instantes que sucederam o crime. Apenas um dia depois dos assassinatos, como se nada tivesse acontecido, o pastor realizou um culto em sua igreja.
Durante o ato religioso, George contou, no microfone, diante de dezenas de fiéis, uma versão mentirosa do que havia acontecido naquela madrugada. O pastor alegou que houve um incêndio acidental e ele tentou salvar os meninos.
“Quero agradecer a todos a solidariedade e as orações. Quero dizer que só há um caminho e esse caminho não acaba na cruz, mas na ressurreição. Não há nada que me faça parar agora, entrar num quarto, entrar em depressão porque eu creio que há um senso de urgência: o mundo precisa de Deus. Não há uma resposta para o mundo, se não for Deus”, bradou.
Ainda sem saber que George era o autor do crime, alguns jornais religiosos louvaram a sua atitude de ministrar um evento religioso após a morte das crianças: “Mesmo depois da dor de perder os filhos, o pastor continuou testemunhando o amor de Deus às pessoas (sic)”, publicou um veículo de notícias gospel.
Imagem de Juliana e George no culto evangélico um dia depois da morte dos meninos:
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