Já são 29 as vítimas de 'agulhadas' na festa junina mais conhecida do Brasil, em Campina Grande (PB). Uma mulher foi detida com agulhas mas autoridades ainda não conseguem explicar casos
Cerca de 29 pessoas foram atacadas com agulhas entre sexta-feira (8) e quarta-feira (13) em Campina Grande (PB), cidade conhecida por realizar o “Maior São João do Mundo”.
As autoridades afirmam que o número de vítimas pode ser maior, já que algumas pessoas só estão procurando atendimento médico e fazendo denúncias após a divulgação dos casos na mídia.
O Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande atendeu a maior parte das vítimas. De acordo com a infectologista do hospital, Priscila Sá, as pessoas chegaram ao hospital contando que sentiram as picadas, mas que não viram quem as teria atacado.
“Todas relataram que foram atacadas enquanto transitavam pelo Parque do Povo [local que concentra as principais atrações]. Uma das vítimas disse ter sido picada na mão e nas costas”, revelou a médica.
A médica afirmou que todos os pacientes passaram pelo procedimento padrão para prevenção de doenças infecciosas, visando principalmente evitar a infecção pelos vírus da hepatite B e HIV.
“Apesar do baixo risco de se contrair os vírus da maneira como ocorreram os relatos, a responsabilidade é proteger essas pessoas contra uma possível infecção, viabilizando o acesso às medicações existentes para isso”, disse Priscila.
Segundo a imprensa local, 28 vítimas foram feridas dentro do Parque do Povo e uma no bloco junino “Namoradrilha”. A polícia informou que uma mulher foi detida na noite de terça-feira (12) no Parque do Povo com agulhas. Ela prestou depoimento e foi liberada, depois de informar que estava com as seringas porque trabalha com a aplicação de piercing.
O capitão da Polícia Militar de Campina Grande afirmou que as ocorrências não foram notificadas, pois as vítimas buscaram atendimento médico imediato ao invés de registrarem Boletim de Ocorrência.
“As informações que tivemos foi através da imprensa e do Hospital de Trauma, porque as vítimas buscaram de imediato o atendimento de saúde preventivo. Pegamos algumas características com as vítimas e estamos analisando as câmeras de segurança. E o comando também pediu o reforço nos procedimentos de segurança”, disse Jhonata Yassaki.
Organização
A festa no Parque do Povo é organizada pela empresa privada Aliança Comunicação. Não há cobrança para entrar Parque, mas o ambiente é cercado e as pessoas passam por revista antes de ter acesso ao local.
Em nota, a Aliança que está trabalhando com a polícia para apurar os casos. A empresa informou ainda que mantém um efetivo de 70 homens atuando na revista de pessoas, nas oito entradas do Parque do Povo. Cabe ao aparato do Estado, no entanto, garantir a efetiva segurança no local, já que se trata de uma festa de caráter público, segundo a organização da festa.
Parte da repercussão na mídia local:
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook