Cliente não aceita homossexualidade de donas de loja e promove show de homofobia: “Não tenho nada contra, mas não acho que passe uma boa imagem uma sapatão atendendo [...] Esperar o que de duas molecas que não sabem nada da vida? Não vão conseguir nada além disso com essa escolha que fizeram”. BO foi registrado
Um casal de empresárias foi vítima de homofobia em Resende, no Sul do Rio de Janeiro, no último sábado (9). O caso foi divulgado nas redes sociais e provocou revolta. Donas de uma loja de doces, elas sofreram discriminação de uma cliente.
Enayle Psi, de 27 anos, gravou as conversas que teve com uma cliente por WhatsApp. Nas mensagens, a cliente pedia para falar com o ‘dono do estabelecimento’, pois estaria constrangida de ser atendida por uma uma “moça”, escrito, assim, entre aspas.
A cliente se justificou dizendo estar envergonhada, já que uma amiga da igreja teria ficado aborrecida por receber doces do local. Apesar de se dizer não preconceituosa, ela acredita que a orientação sexual das proprietárias pode atrapalhar nas vendas.
“Não tenho nada contra, mas como sua empresa trabalha com os mais diversos tipos de pessoas, não acho que passe uma boa imagem uma sapatão atendendo” escreveu a mulher na mensagem.
A cliente ainda hostilizou as donas da loja e menosprezou o trabalho do casal. “Esperar o que de duas molecas, que não sabem nada da vida. Continuem vendendo doce mesmo, não vão conseguir nada além disso com essa escolha que fizeram”, provocou.
Enayle decidiu divulgar o caso nas redes para que outras pessoas vítimas de preconceito também criem coragem para enfrentar a situação. “Para aqueles que assim como nós lutam pela liberdade de amar, não recuem, não se intimidem, não somos mais minoria”, escreveu.
Mesmo acostumada com o preconceito, a empresária afirma que ficou nervosa com as declarações preconceituosas. “É uma situação tão desconfortável que a vontade é fingir que não aconteceu, mas não podemos! Por isso decidimos juntas, postar. Não imaginávamos a repercussão, e ainda estamos tentando assimilar. Recebemos tanto amor, que aquele sentimento ruim gerado pelo preconceito quase não existe mais”, afirmou ao agradecer pelas mensagens de apoio.
O casal registrou o Boletim de Ocorrência na delegacia. “Não queremos o mal de ninguém, o ódio se combate com amor, o preconceito com informação, divulgação, com voz. Não queremos um ódio direcionado, postamos para reforçar que o preconceito existe, e nos afeta de várias formas”, disse.
No Facebook, o post publicado na página da doceria acumula milhares de curtidas e compartilhamentos:
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook