Segunda ex-mulher de Bolsonaro quer ser deputada federal
Após a primeira desistir, segunda ex-esposa de Jair Bolsonaro tenta vaga na Câmara Federal. Família do deputado é conhecida pelo carreirismo político
Sai uma, entra a outra. De duas ex-mulheres de Jair Bolsonaro, só uma pretende aproveitar o sobrenome do presidenciável nas urnas em outubro.
Enquanto a primeira, Rogéria Nantes Nunes Braga, desistiu da candidatura a deputada estadual, a segunda, Ana Cristina Valle, que o conheceu enquanto era casado com Rogéria, prepara a sua campanha para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. As informações são do jornal O Globo.
Convidada pelo Podemos para compor chapa com o senador Romário, pré-candidato ao governo do Estado, Ana Cristina, que é advogada, pretende pegar uma carona na popularidade do “ex-marido” – embora não tenha se casado no papel com Bolsonaro, é assim que ela o chama.
“Foram dez anos juntos”, disse Ana Cristina.
No início deste mês, após dez anos, a advogada sentou-se pela primeira vez para conversar com Bolsonaro, no gabinete do filho dele com Rogéria, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio).
Na conversa, segundo conta, o presidenciável informou que Rogéria acabara de desistir da candidatura. Não disse o porquê.
“Ele [Bolsonaro] me falou que ela [Rogéria] não vai mais vir candidata a deputada estadual. Ele me falou que ela desistiu, o que não vai ser o meu caso. Eu não vou desistir”, afirmou Ana Cristina.
A assessoria de Bolsonaro confirmou a informação.
A conversa na Alerj, que durou menos de uma hora, serviu para sanar uma dúvida: Ana Cristina quis saber a opinião do presidenciável sobre seus planos de usar o nome “Cris Bolsonaro” nas urnas.
“Todo mundo me conhece como Cristina Bolsonaro”, disse ela.
Ficou acertado que ela enviaria um advogado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para avaliar se há algum impedimento jurídico no uso do sobrenome.
Discursos
Pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, Bolsonaro já apresentou projetos e defendeu em discursos nas últimas décadas a esterilização dos pobres como meio de combater a criminalidade e a miséria. N
as dezenas de discursos que ele proferiu sobre o assunto, na Câmara dos Deputados, nos últimos 25 anos, defendeu a adoção pelo Estado de um rígido programa de controle de natalidade, com foco nos pobres, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
No passado, Bolsonaro manifestou que programas como Bolsa Escola e Bolsa Família serviriam apenas para incentivar os pobres a ter mais filhos e, com isso, aumentar a fatia que recebem de benefícios.
“Só tem uma utilidade o pobre no nosso País: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que está aí. Só para isso e mais nada serve, então, essa nefasta política de bolsas do governo”, afirmou em novembro de 2013 no plenário da Câmara.
Em 1992, no seu terceiro ano como deputado, ele já falava sobre o tema: “Devemos adotar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação”.
Bruno Abbud, Agência Globo