Bruno Covas dá cargo a mãe de seu melhor amigo e braço direito na Prefeitura de São Paulo. Elisabete, que já recebia R$ 10.314,88 pela aposentadoria na rede pública, mais do que dobrou sua remuneração com o novo cargo e agora ganha R$ 20.918,88
Em 17 de maio, o DCM contou a história de Gustavo Garcia Pires, um dos melhores amigos do prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB). Na Folha de hoje, a notícia de que a mãe dele, a professora aposentada Elisabete, foi nomeada para a SPTrans e passou a receber R$ 20.918,88.
Em dezembro de 2017, fotos de servidores públicos de São Paulo em cenários paradisíacos viraram notícia.
Eles saíram pelo mundo como se estivessem de férias, quando deveriam estar dando expediente, e tudo foi parar nas redes sociais.
Um deles era Gustavo Garcia Pires, à época assessor especial de Bruno Covas, então vice-prefeito.
De acordo com a CBN, foram 13 dias em que a folha de ponto da prefeitura registrou cinco faltas injustificadas, quatro abonadas e os finais de semana.
Bruno assumiu o lugar de João Doria, que foi concorrer ao governo paulista — e Gustavo subiu com ele, mantendo o ritmo intenso das viagens ao lado do chefe.
Sua ascensão foi meteórica: entrou no dia 9 de janeiro de 2017 com um salário de R$ 4.937,49 reais.
Em abril, promovido a secretário executivo, passou a receber R$ 14.395,19 — um aumento de 292%.
Por mais competente que qualquer ser humano seja, é uma expansão financeira surreal num espaço de tempo tão curto.
Ele não esconde sua amizade com o alcaide.
No Instagram, posta retratos dos destinos onde esteve assessorando Bruno, que invariavelmente entra nos comentários.
A agenda é intensa. Como seu antecessor, Bruno vive com a mala pronta e um pé no aeroporto.
Em Paris, onde aconteceu o “Fifth Annual CityLab 2017: Urban Solutions to Global Challenges”, os dois se parabenizaram por “representar nossa cidade de São Paulo”.
Em Nova York, estiveram no “Global Mayors Summit” — e também num show do Red Hot Chili Peppers.
Há registros em praias da Croácia com legendas enigmáticas. “Foi liiiiiindo, foi liiiiiiindo. Boom, boom, explosão!”, anima-se Gustavo.
“Essa foi a universalmente conhecida trip história! Vlw irmão!”, responde Bruno.
Em Santiago do Chile, por ocasião da “Latin American Regional Workshop to reduce short-lived climate pollutants”, encontraram tempo para dar um pulo na vinícola Concha y Toro.
“Créditos da foto e da mão levantada pra vc, Brunão”, diverte-se Pires.
Em Londres, o motivo era o “Think Brasil Iniciative Week”. Como ninguém é de ferro, Gustavo aparece no Stamford Bridge, o fabuloso estádio do Chelsea.
“Triste ver alguém que se diz torcedor fanático usar um cachecol de outro time. Nós não fazemos isso”, escreve Bruno. Gustavo é corintiano.
No final de março, pouco antes de Doria sair em campanha, Covas pediu licença de oito dias. Era o período de férias de Gustavo.
O tour mais recente da dupla foi um repeteco na Big Apple.
Covas participou do SP Investment Day com o intuito de atrair investidores para o programa de desestatização do município.
“Todos acreditamos que o Brasil precisa reduzir o peso do estado na economia”, discursou.
“Em São Paulo, fizemos o máximo para cortar os gastos públicos desnecessários”.
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