Karoline Gomes, Cosmopolitan
“Eu não serei livre enquanto houver mulheres que não são, mesmo que suas algemas sejam muito diferentes das minhas.” No dia 14 de março, a vereadora Marielle Franco (Psol) usou essa frase da escritora e ativista americana Audre Lorde para encerrar sua participação na roda de conversa “Mulheres Negras Movendo Estruturas”, que ajudou a organizar na Casa das Pretas, no Rio de Janeiro. Horas depois do evento, ela foi assassinada a tiros dentro de seu carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio. O motorista Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu.
Marielle faz parte de uma triste estatística. Nasceu no país em que a mortalidade das mulheres negras vem crescendo – 22% em dez anos, enquanto a mortalidade de mulheres brancas diminuiu 7,4% no mesmo período, de acordo com o Atlas da Violência 2017, feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Oriunda do Complexo da Maré, mãe, lésbica, ativista política.
Marielle era muitas em uma só, mas há um traço de identificação imediata para a maioria das brasileiras, que é sua negritude. Ela não pôde escapar de suas próprias amarras enquanto tentava libertar outras de nós. Mas, mesmo não estando presente fisicamente, deixou uma lição, como boa professora que era, sobre a importância de ouvir, compreender e acolher mulheres negras no feminismo. Pensando nisso, convidamos outras mulheres negras que atuam em diferentes vertentes para falar sobre racismo, luta e desafios que enfrentam.
Quem disse que o Brasil não é racista?
Talíria Petrone, 32 anos, vereadora do PSOL e amiga de Marielle Franco, Niterói (RJ)
“Se existisse igualdade racial, não seria necessário afirmar que a vida das negras e negros importa, costuma dizer Angela Davis [feminista e ativista americana dos direitos civis dos negros] àqueles que acusam haver suposto sectarismo na expressão `black lives matter¿ [`vidas negras importam¿, em tradução livre] como alternativa a `all lives matter¿ [`todas as vidas importam¿, em tradução livre]. A situação do Brasil é exemplar do racismo que elimina as vidas negras. Vivemos num país onde o Estado racista promove a exclusão social, o encarceramento e o genocídio dos negros. São negros dois terços dos mais de 700 mil encarcerados, como são negras 71% das pessoas assassinadas. A miséria no Brasil é negra. Não por acaso, era preta a pele da vereadora do Psol Marielle Franco, assassinada junto de Anderson Pedro no Rio de Janeiro, na noite de 14/3. Foi um crime político. Marielle denunciava o Estado racista em um Rio de Janeiro sob intervenção federal militar na segurança pública. Ela temia o incremento do encarceramento e do genocídio num Rio de Janeiro onde são negros 78% dos mortos pela polícia e 72% da população carcerária. Marielle era relatora da comissão da Câmara Municipal para acompanhar a intervenção federal no Rio. O mandato socialista e libertário da mulher negra, favelada e lésbica era uma ofensa àquele ambiente conservador, machista e LGBTfóbico da Câmara. Se existisse igualdade racial no Brasil, Marielle não teria sido assassinada. Se não houvesse racismo, Marielle estaria viva. Assim como estariam vivas e livres gerações e gerações de jovens negros no nosso país. Por Marielle e pelos milhares de negros e negras executados por ano em nosso país e no mundo é que ainda se faz tão necessário afirmar que a vida das negras e negros importa, sim.”
Cotas: por que precisamos?
Larissa Santiago, 30 anos, publicitária, feminista e coordenadora do site Blogueiras Negras, Salvador
“A história começa lá na escravidão: quando a população negra passou pelo processo de libertação (protagonizado por ela própria, diga-se de passagem). Apesar da abolição, não houve nenhuma medida que reparasse os anos de cativeiro. Ao contrário, imposições como a lei de terras, a do sexagenário e outras foram escritas para que a população negra não tivesse acesso a bens essenciais para sua sobrevivência. A educação foi um dos grandes pontos estratégicos: uma lei complementar à Constituição de 1824 proibia pessoas negras de frequentar escolas porque eram consideradas doentes, com moléstias contagiosas. Essa lei funcionou até 1889 (data da Proclamação da República), impedindo o acesso da população negra a avanços que só a educação pode dar. Isso tem reflexo na nossa posição na sociedade brasileira e o porquê das cotas. Elas nada mais são do que reparação por longos anos de exclusão de acesso a um direito básico, que é a educação. E aí você diz: `Mas então por que não há luta por melhoria e acesso na educação pública básica?¿ Sim, há! Essa reivindicação é, sobretudo, nossa, já que são nossos filhos pretos que frequentam as creches e as escolas públicas. Mas o nosso desejo não fica na base: foram anos de exclusão, e precisamos garantir acesso em todos os níveis. Então, as cotas na universidade são o pagamento dessa dívida que o Brasil tem com a população negra. É esse o pensamento, e por isso é importante mantermos a discussão, cumprirmos a lei e denunciarmos as fraudes que têm sido tão recorrentes pelo Brasil afora. Fraude nas cotas é crime!”
A apropriação cultural explicada
Rosa Luz, 22 anos, graduada em Teoria, Crítica e História da Arte pela UnB e youtuber do canal Barraco da Rosa, Brasília
“A apropriação cultural pode ser vista como um apagamento de determinada cultura a partir de uma relação vertical de poder, em que a cultura dita `dominante¿ inferioriza costumes de outros grupos considerados inferiores por ela mesma. Praticar a descolonização do nosso corpo e ideias é fundamental para entendermos nosso lugar de fala que, por sua vez, é fundamental para que possamos enxergar a cultura do outro com respeito, pois, se você entende o seu espaço na sociedade de maneira crítica, dificilmente irá objetificar e inferiorizar outras culturas diferentes da sua. Assim, é possível não praticar a apropriação para diminuirmos o apagamento de identidade que muitas pessoas sofrem. Eu, enquanto travesti negra da periferia e artista, peço que vocês tenham respeito pelas identidades e culturas que são diferentes das suas para não cometermos os mesmos erros que artistas brancos europeus cometeram ao retratar a colonização em países do continente africano e da diáspora de maneira romantizada. Colocaram a cultura da branquitude como ideal. Provocaram o genocídio de culturas e línguas consideradas `inferiores¿ para o branco colonizador. Hoje, mulheres brancas usando turbante são consideradas estilosas e lindas, enquanto mulheres negras com a mesma peça são marginalizadas e sofrem até mesmo preconceito religioso. Outro exemplo de apropriação cultural atual é como o grafite vem sendo incorporado nas galerias e narrativas burguesas das artes visuais. É só olharmos para a exposição incrível do artista Jean-Michel Basquiat que rola nas grandes capitais brasileiras: enquanto a crítica burguesa aplaude de pé seus trabalhos que dialogam com o grafite, expostos em espaços aos quais a maioria branca tem acesso, vemos, ao mesmo tempo, uma demonização da mesma arte quando é nas ruas.”
Ofensas ao nosso cabelo é racismo
Preta Araújo, 25 anos, youtuber de beleza negra, São Paulo
“As pessoas podem não entender a necessidade de afirmação da beleza do cabelo crespo, mas ela é muito importante. Desde muito jovem, uma criança negra de cabelo crespo é submetida a vários procedimentos para deixá-lo `bom¿ na tentativa de ser mais aceita pela sociedade. Essa mesma criança sempre escuta `Prende esse cabelo¿, `Abaixa um pouco¿, `Está muito armado¿, dentre tantas falas que, embora socialmente sejam vistas como `inofensivas¿, são, na verdade, racistas e fundamentais para a não aceitação da pessoa como negra. É muito fácil falar que a diversidade de cabelos na mídia não é necessária quando você sempre se viu representada esteticamente e nunca sofreu esse tipo de discriminação. O racismo desumaniza, nos faz criar rejeição ao nosso próprio corpo. É importante reafirmar a beleza do cabelo crespo para que cada vez menos negros sofram por causa de algo genético, é importante saber que termos como `cabelo de palha de aço¿, `cabelo ruim¿ ou `cabelo duro¿ são racistas e que assumir os cabelos naturais vai além da estética. É questão de resistência e autoafirmação da beleza na diversidade. Cabelos não precisam ser domados. Cabelos precisam mais de liberdade e de menos racismo.”
O reverso não existe
Amarílis Costa, 25 anos, mestranda em Humanidades, Direito e outras Legitimidades na USP e cofundadora do projeto Preta e Acadêmica, São Paulo
“O racismo tem muitos significados. Específica e cientificamente, é uma estrutura ideológica, social e até mesmo política que discrimina e segrega alguns indivíduos em detrimento de outros. Especialmente ao que se refere à população negra, o racismo é um sistema perverso, que tem vários reflexos e que chega até esse grupo de diversas formas. As relações sociais de um indivíduo negro são marcadas pelo racismo desde o início de sua vida. Por isso é importante apontar que é uma ferramenta para a manutenção de poder, de dinheiro e de um status quo de privilégios. Portanto, para que a palavra `reversão¿ possa ser usada dentro do mote do racismo, uma série de violências e opressões deveria estar sendo também vivida por pessoas brancas. As questões do dia a dia estabelecem um paralelo perfeito para justificar a inexistência do racismo reverso: pessoas brancas jamais são tolhidas do mercado de trabalho por terem traços africanos, não são perseguidas por seguranças em lojas por representarem um perigo, não têm sua religião, fé e crenças tidas como o mal do mundo. A ideia do racismo reverso é falaciosa e também violenta, pois dizer que os brancos poderiam padecer do mesmo racismo histórico, supostamente direcionado dos negros a elas, é mais uma forma de silenciar a narrativa das pessoas negras e nunca observar suas dores.”
Tem que ter mais representatividade
Jéssica Queiroz, 24 anos, cineasta, diretora premiada no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro por Peripatético (2017), São Paulo
“Não tem como falar de representatividade na frente das câmeras sem falar como funciona todo o sistema por trás da imagem que vemos no cinema, TV e publicidade. Dos 142 filmes lançados comercialmente (filmes que foram para salas de cinema), 74,4% foram dirigidos por homens brancos, 19,7% por mulheres brancas, 2,1% por homens negros e 0,0% por mulheres negras, de acordo com dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Se olharmos só para o Brasil e consideramos que, segundo o IBGE, 54% da população brasileira é negra, a porcentagem de diretores deveria estar errada, não é? O problema se estende para a produção do filme, que, se não tiver pessoas negras nos locais de decisão, corre risco de ter um elenco majoritariamente branco, ou teremos negros com papéis estereotipados, como bandido, empregada doméstica, favelado, escravo. Não acho que não devemos ter esses personagens, mas como eles são criados? Qual a complexidade? Costumo falar que um bom personagem tem características de alguém que você conhece a fundo, que trazem aquela identificação no cinema: `Nossa, essa mina parece com fulana!¿ No nosso cinema e na TV, eu nunca consegui ter esse grau de empatia e conexão com personagens negros na tela. Por quê? Porque são escritos e dirigidos por pessoas que não estão inseridas naquele universo e não têm o grau de empatia (ou pesquisa) necessário para escrever personagens não estereotipados. Temos diretoras, roteiristas, fotógrafas, atrizes negras competentes e queremos espaço para contar nossas histórias, para que sejam vistas, e que a sensação do `Nossa, parece comigo!¿ seja mais frequente. E essa coisa de se ver na tela é uma necessidade do público. Pantera Negra, filme com maioria de negros no elenco, diretor negro, equipe técnica predominantemente negra, arrecadou mais de 1 bilhão de dólares no mundo todo; no Brasil, foram 25 milhões de dólares. Consumir? Consumimos. Queremos nos ver? Obviamente esses dólares não mentem.”
Não use estereótipos para representar os negros
Cristiane Sobral, 43 anos, atriz e escritora, autora do livro Não vou mais lavar os pratos (Dulcina), Brasília
“Estereótipos incrustados no imaginário social do que representam pessoas negras, tais como empregadas domésticas, motoristas, porteiros, cozinheiras, seguranças, sambistas – só para citar alguns -, são originários das concepções racistas de desumanização e subalternização de pretos e pardos que vigoram no país desde o término oficial do escravismo, ocorrido há apenas 130 anos. Estereótipos desumanizam pessoas. São generalizantes, superficiais e têm bases irracionais. Pessoas possuem identidades múltiplas e móveis, mas a população negra ainda não está inclusa na vida pública, morre mais e de forma violenta, possui péssimas condições de empregabilidade, educação, saúde e acesso aos bens culturais. Pensando assim, dá pra entender o termo `minoria¿. Aprendemos a ver e tratar os afro-brasileiros de maneira depreciativa. Quantos pretos e pretas estão nas salas de aula das escolas particulares? Quantos médicos negros você conhece? Parlamentares negros? Juízas negras? Escritoras negras? Poderia elencar um sem-fim de perguntas a confirmar a alarmante condição de invisibilidade dos descendentes de africanos sistematicamente desumanizados e com escassas oportunidades de contar sua versão da história e mudar a própria realidade. Concepções de inferioridade racial ainda povoam o imaginário pautado por um referencial de brancura como sinônimo da ascensão social: o estereótipo.”
Blackface é racismo, não homenagem
Natália Romualdo, 25 anos, e Maristela Rosa, 26 anos, jornalistas e youtubers do canal Papo de Preta, Juiz de Fora (MG)
“Quantas vezes você já viu a personagem `Nega Maluca¿? Ela é uma mulher negra, encarnada por homens brancos, que se pintam de preto e a boca de vermelho, colocam enchimentos de peito e bunda enormes, usam perucas black power e, não raramente, uniforme de empregada. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, existe um bloco de Carnaval chamado Domésticas de Luxo. Nele, homens brancos se vestem de Nega Maluca e desfilam, há 60 anos, com o respaldo de toda a sociedade racista. Esse mesmo bloco foi tombado como Patrimônio Cultural da cidade. A Nega Maluca traz uma mensagem clara: mulheres negras não são bonitas, seu corpo e traços são dignos de gargalhadas! Como se sentir representada ou homenageada pela personagem? A fantasia racista ainda revela uma prática antiga e perversa: o blackface. O termo é em inglês, porque ele teve início nos Estados Unidos, no século 19. Se tornou popular em teatros de variedades, onde atores brancos pintavam a pele com carvão para interpretar personagens negros preguiçosos, trapaceiros, burros e de caráter duvidoso. A prática racista se popularizou, chegando à TV e ao cinema. Além da ridicularização, o blackface é cruel, pois tira as escassas oportunidades que teríamos de ocupar esses espaços de arte, onde poderíamos representar a nós mesmos, minando nossas chances de trabalho. Não temos nada contra o humor, mas ele deve ser usado para divertir, sem ofender ou ridicularizar qualquer um. Afinal, corpos negros não são piada e racismo não tem graça!”
Racismo disfarçado de elogio
Xan Ravelli, 38 anos, youtuber do canal Soul Vaidosa, São Paulo
“Segundo a ONU, o racismo no Brasil é estrutural e institucionalizado. Ele perpassa todas as nossas relações sociais, naturalizando comportamentos e dizeres carregados de herança escravocrata. Quando criança, os adultos próximos à minha família tinham hábito de elogiar minha irmã, que é negra de pele mais clara, chamando-a de `mulata¿ e enfatizando quanto ela estava ficando bonita e `encorpada¿. `Mulata¿ não é elogio, e a hipersexualização de crianças negras não tem nada de lisonjeiro. Comigo era diferente: tenho a pele bem escura e, como a maioria das negras retintas, não me enquadro no estereótipo da `mulata¿. Os `elogios¿ eram: `Você tem traços finos¿, `Não, você não é negra, é uma morena bem escura¿. Para a sociedade, eu devo ficar feliz, grata e entender como elogio o enaltecimento de tudo aquilo que me faz ser lida como `não tão negra¿. Temos o famoso `Você é uma negra muito bonita¿, sendo que uma mulher branca é apenas uma mulher bonita, deixando nítido que o padrão de beleza normalizado é a branquitude. Nunca se falou tanto sobre representatividade e quebra de padrões, mas é importante nossa presença não apenas em situações de serviço mas ocupando todos os espaços com proporcionalidade relevante para que nossa estética, beleza, cabelo e cor de pele sejam naturalizados. Mulheres negras querem ser elogiadas como mulheres, e apenas isso.”
Morena não, negra
Helaine Martins, 37 anos, jornalista, criadora do projeto Entreviste um Negro e cofundadora da Idánimo Comunicação (consultoria negra, feminista e LGBTQ+), Belém
“`Ah, mas você nem é tão negra assim¿. Eu levei um susto ao ouvir isso da minha chefe quando pedi que retificassem a minha cor nos documentos de admissão no trabalho. Ao lado da minha foto, que não deixa dúvidas, dizia branca. E essa não foi a primeira vez. Nem será a última. Passei a vida ouvindo que eu era `morena¿, `marrom bombom¿, `da cor do pecado¿… Todos os tipos de eufemismo que suavizassem ou minimizassem o peso do que acreditam ser uma ofensa: ser negra. Cresci com esse sentimento internalizado. De que ser negra – e todo o pacote que vem junto, como meu nariz largo e meus cachos que cresciam para cima – era feio, ruim. Logo, ser chamada de morena era um elogio e, portanto, mais agradável aos olhos dos outros. E essa é uma forma de racismo tão velada e perversa que por muito, muito tempo nada disso me pareceu um problema. Somente cinco anos atrás, com o comentário da minha ex-chefe e quando comecei os estudos sobre gênero e raça, é que despertei para a minha negritude e, principalmente, para o que significa ser uma mulher negra na nossa sociedade. Hoje, tenho muito orgulho de saber que o meu corpo negro é um corpo político. Eu não aceito mais ser tolerada. Eu não sou morena, sou negra.”
A mortalidade de negras no brasil cresceu 22% em dez anos, enquanto a de brancas diminuiu 7,4% no mesmo período – Fonte: Atlas da Violência 2017
Também houve aumento na proporção de mulheres negras entre o total de mulheres vítimas de mortes por agressão: 65,3% das mulheres assassinadas no Brasil são negras – Fonte: Atlas da Violência 2017
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